Como estragar a Páscoa e o Natal de uma criança

Apesar de estar em casa sem trabalhar, não tive tempo de postar sobre a Páscoa, essa época tão bonita em que todos se reúnem pelo o quê mesmo? Ah, deixa pra lá. Quem se importa com feriado de domingo? E quem aqui tem ovos até a Copa de 2014 pra comer? Ah!

Na minha Páscoa, fui para Bauru, a grande terra do misto quente com tomate. Eu não iria, mas de última hora resolvi pegar a estrada. Casa da mãe da minha namorada. Aquela mesma casa que vocês já conhecem de outros Carnavais. Família dela reunida. Felicidade, Sol, alegria, Sol, Sol… tudo bem legal até sábado à noite.

Sem fazer nada no sábado à noite e jogando um disputadíssimo torneio de Buraco, tivemos uma ideia coletiva. Quando digo “tivemos”, é porque fomos nós, adultos, que pensamos nisso. Rolou aquele flashback nostálgico por parte de um tio da minha namorada: “Gente, as crianças foram dormir. Por que não fazemos patinhas de coelho pra elas seguirem e acharem os ovos?”. Ovacionado com sons de “CLAAARO”, “BOA IDEIA” e “BATI” – esse último quando fiz uma canastra limpa de Ás a Ás -, abortamos o jogo e partimos pra cozinha.

“Mas com o que que a gente faz?”, perguntou a mãe dela. “Farinha”, respondeu a tia. “Mas a farinha acabou no almoço”, retrucou a mãe. Como eu que estava olhando a despensa, falei “Ah, tem açúcar aqui”. Ao som de “ÓTIMMMO”, passei o pote pra elas. Minha namorada, enquanto isso, foi buscar o algodão.

Como dito, os priminhos dela de 3, 4 e 5 anos já tinham ido dormir, começamos a fazer pegadas de açúcar pela casa inteira. Na janela, na porta, no chão, no tapete… em tudo quanto é canto. Mas muitas pegadas mesmo. Para dar mais realidade, abrimos os ovos e tiramos um pedaço, para que as crianças pensassem “olha, o coelhinho ainda comeu um pedaço do meu ovo, rere, sacana!”. Além disso, colocamos um coelhinho de pelúcia meio que escalando o muro do quintal para que elas pensassem “puxa, rere, o coelhinho tentou fugir, rere, mas não conseguiu e ficou pra mim”. Tentar imaginar o que uma criança pensa não é tarefa pra adultos, acredite nisso. Tudo pronto, vários ovos espalhados pela casa, coelhinho no muro… Ótimo, fomos dormir.

Como criança nessa idade costuma acordar cedo, ficamos de orelhas em pé pra caso elas acordassem. Não deu outra: 7 horas da manhã os 3 já estavam em pé. Como a porta que liga a sala/cozinha aos quartos estava encostada, fiquei de butuca pra ouvir a reação deles quando vissem as pegadas. Esperava uma sensação de espanto, mas não tanto quanto os berros que ouvi. Eram todos gritando “Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh” e isso acordou a casa inteira. Corremos pra sala pra ver a cara deles e os três estavam chorando muito. Olhamos ao redor e foi a visão do inferno. Só de lembrar já me dá coceira. Era formiga espalhada pela casa toda. Em cima da mesa, no sofá, nas frutas… assim, por baixo, deveria ter 1 milhão de formigas ali. Sério, era muita formiga, hahahaha. Tô rindo, mas na hora foi desesperador. O que fazer nessa hora? Ainda tentamos salvar os ovos, mas como a gente tinha deixado aberto, até o brinquedo do Kinder Ovo as formigas já tinha levado, hehehe. Agora, pense na cara de decepção dessas crianças. Elas não paravam de chorar. Cada ovo que a gente conseguia tirar (porque teve uns que era impossível de tanta formiga que tinha), elas falavam “Eu sabia que o coelhinho não gostava de mim”. Triste.

Pra completar, abrimos o quintal e o coelhinho de pelúcia não estava mais no muro. Estava no chão, estraçalhado, com a cabeça em um lugar, o rabo em outro e os olhos vermelhos na boca do cachorro. Quando elas viram aquilo, abriram um berreiro maior ainda. Acho que venci a barreira do som nesse momento. Elas tentaram matar o cachorro, porque acharam que foi ele que pegou o coelhinho da Páscoa e trouxe aquele monte de formigas pra dentro de casa, hehe. Coitadinhas. Coitadinhas uma ova. Com aqueles gritos, eu fiquei desesperado e gritei mais que elas “Chega! Coelhinho da Páscoa não existe. E o Papai Noel é o seu pai!”. Oba! Enfim, silêncio. Momentâneo, mas consegui, hehehe. Quando caiu a ficha delas, desisti de viver. Era choro, aquelas formigas subindo pelo meu corpo, os tios dela querendo me pegar pelo pescoço por eu ter contado esse segredo maldito… quase tive um piripaque.

Tivemos que ligar correndo para o detetizador vir em pleno domingo de Páscoa. Óbvio que não tinha condições de ficar ali na casa. Mais óbvio que o almoço de Páscoa de toda a família tinha ido por água abaixo. Tudo por culpa de… bem, na hora que eles tentavam achar um culpado pras pegadas de açúcar e aquela baderna toda, fui João-Sem-Braço mesmo: “Ah, achei que aquele era o pote de maisena, senão não teria feito, né, heheheheheheehehe”.

Escapei, mas a mãe dela deve estar comendo formiga no almoço e no jantar ainda. E as crianças voltaram falando no caminho que não querem ver Papai Noel e Coelhinho da Páscoa nunca mais. Ufa! Ideias bestas nunca mais.

12 respostas para “Como estragar a Páscoa e o Natal de uma criança”

  1. HAUHAUAHUHAUAHAUAHUA
    se deram mal, fenomenalmente!!!!!!!!!!
    oq foi uma pena, pq se n tivesse dado TUDO errado, elas teriam ficado tãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao felizes….

    mas……
    HUAHUAHSUAHSUJHSDKAFHKJHNFÇELRF

  2. o que?o coelhinho da pascoa nao existe? merda,é pode ate ser eu nunca vi o coelhinho mesmo, mas, o papai noel sim. entao qm é aquele gordo fdp que me dava bala(de leite¬¬)no natal?nao era o tio Joao nao neh?eu acho q era PORRA! ahsuahsuahsuahsuahsu…

  3. Olá, nosssa tô lendo suas histórias…huahuahua…e agora vi que vc conhece BAURU, sou de BAURU =D…
    mais sorte aae hein! hauhu

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