O primeiro porre a gente nunca esquece

A frase do título é uma das mais enganadoras do universo. O primeiro porre a gente esquece sim. O segundo também, o terceiro… Quase que completamente. Só depois você consegue ter uns flashbacks do que você fazia nos intervalos em que não cachaçava e se divirte com sua própria situação, de tão constrangedora que ela é.

Pois bem. Eu não bebo. Sério. Não sou daqueles bobões que falam “eu não bebo… pouco”. Só a pavê ou pacomê supera essa frase na babaquice. Tenho vontade de quebrar o cu da cara de quem fala isso.

Mas retornando. Nunca fui de beber. Nem cerveja, nem whisky, nem álcool em gel… nada alcoólico, pelo simples fato de não gostar. Tudo que tem álcool é ruim. Pra mim, as pessoas só bebem para saírem do seu mundinho triste e poder fazer umas graças pros outros sem ter vergonha, porque aí todos rirão e dirão “HE HE ele é um bêbado engraçado”. Aí o infeliz começa a tomar todas porque seus amigos (bêbados) vão te aceitar apenas bêbado.

Como em todas as cervejadas e festas da faculdade, eu ficava apenas carregando os presuntos semi-falecidos pro banheiro. Todos sabiam que eu não tomava nada, mas insistiam pra cacete pra eu beber. Qualquer golinho numa cerveja amarga era motivo de comemoração.

Em uma festa na casa de uma das minhas amigas, depois de 2 anos já na faculdade, me torraram a paciência pra eu beber. Falei que não, não, não… mas pensei “se eu tomar hoje, nunca mais encherão meu saco”. E fiz. Enchi a lata de vodka, pinga ou qualquer coisa que me dessem. Começou com aqueles shots onde todo mundo toma junto. No décimo, os caras já estavam pondo água pra eles e eu felizão tomando mais um copo de vodka: arrrriiiiba, abaaaajo, ao centro, adeeeentro…

Como eu tinha ido sem carro, avisei meu pai: “Não volto tão tarde. Te ligo uma meia noite para me buscar no metrô”. Só que a meia noite eu já tava dando cambalhota no jardim. Nem sabia mais o que tava acontecendo. Comecei a pedir insistentemente bolo de cenoura pra comer. Sei lá porque eu tava com essa fixação. Trouxeram de laranja, mas meu estado era tão bom que nem reparei. Comia e elogiava “Como tá bom esse bolo de cenoura, hmmmmm”.

Até esse momento, pelo que me contaram, eu já tinha jogado o maço de cigarro inteiro do meu amigo na água, tentava secar meu sovaco achando que estava voando e sofria com as investidas do meu amigo gay, que já tinha dito umas 5 vezes pra mim “É HOJE!”. Quase chorei implorando pra uma amiga que, se eu apagasse, não deixasse ele chegar perto de mim. Sério, tenho mais medo de um gay nessas condições do que de morrer.

Drunk01

Apaguei. Lembro de alguns flashes no elevador de eu sendo carregado no ombro pelo meu amigo… gay. A gente (e mais umas 5 pessoas, ok?) subiu pro flat da minha amiga dona da festa. Abracei fortemente a privada. Vomitei tanto que sinto que terei de entrar com um processo contra a Companhia de Esgosto para devolver meu fígado que foi embora no meio de tantas descargas.

privada

Aí começa aquele papo de bêbado “Pô… me descuBLRRERRGGH.. desculpa… volta lá pra festBLERRHGGHG… ai. Não queria incoBLERGHGGH modar mesmo. Desculpa”. E sempre o sóbrio tem que aguentar isso. Limpando seu vômito, ainda por cima. Puta coisa desagradável e nojenta.

Apaguei novamente. A partir daí não lembro de mais nada, só eu chegando num hospital público. Ao invés de pegarem minha carteirinha do convênio que estava no meu bolso, me levaram pra qualquer buraco pra eu tomar uma glicosezinha. Beleza, mas poderia me levar numa padaria pra tomar pepsi sem gás, né? Reparei novamente que quem me carregava no colo era meu amigo gay. ME-DO. Ele tem uns 2m de pura viadagem. E tava sóbrio. Mas 5 amigas minhas foram juntas também.

Como não lembro de mais nada a partir deste momento, me contaram depois que meus pais estavam desesperados atrás de mim. Pudera, né. Eu tinha dito que ia voltar meia noite, eram 3h da manhã e eu não tinha dado nenhuma satisfação. O pior foi que eles ligaram pra cada amigo e um jogava a bomba pro outro “ah, ele já foi embora… foi dormir na casa do pedro”. Aí o Pedro “ah, ele foi dormir na casa da dani”. Aí a Dani “ah, ele foi dormir na casa do zé”, que já tinha dito que eu tinha ido dormir no Pedro.

bebum[1]

Acordei umas 5h30 no hospital com a médica me chacoalhando. Olhei ao meu redor e fiquei felizão por não estar num motel vagabundo com meu amigo gay. Se eu morresse nem me preocuparia, mas se ele me comesse, aí sim eu tava fodido (se é que me entendem :/).

Saí da sala da glicose e fui na sala de espera pra ver meus amigos. Eles levantaram reclamando muito “Nunca mais a gente te traz aqui. Esse lugar é horrível. Chegou um cara esfaqueado, outro sem perna…”. E eu “GENTE? Meu soninho tava tão bom… perdi isso”. Eles ficaram putos, hehehe.

De lá, como não tinha mais como voltar pra casa, fui dormir na casa de um deles e, como não tinha avisado nada pros meus pais, nem liguei pra eles.

Acordei pela manhã morrendo de sede. Tomei uma garrafa de 2L de água inteira. Saí da casa do meu amigo e continuei decidido a não ligar pra minha família. Cheguei em casa 1h depois sem ressaca alguma, com minha mochila nas costas e com um belo sorriso no rosto.  Meu pai olhou pra mim e começou a dar risada. Já minha mãe, não queria olhar na minha cara. Mas passou, porque saímos pra almoçar em família e eu contei todo o ocorrido. Nem me deram bronca nem nada. Super tranquilo. Sou um exemplo de filho, hahaha

Desde aquele dia, adquiri pavor a álcool e queria entender como algumas pessoas conseguem se estragar daquela maneira semanalmente. É péssimo. Também ninguém nunca mais encheu o meu saco pra tomar um birinight. Agora pelo menos posso falar que já fui parar no hospital e que eles, que bebem todo dia, nem chegaram perto disso.

FRACOTES!

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40 respostas para “O primeiro porre a gente nunca esquece”

  1. Meu primeiro porre nem foi assim :/(nao precisei de ir pro hospital)
    Mas me contaram que eu dei em cima(sem trocadilhos,ok?) de TODAS as meninas da sala (inclusive a gorda) e ainda dei em cima da MÃE da dona da festa
    Eu nego tudo, pq se nao lembro, nao fiz
    aeheuahueauheua

  2. hum só eu que ainda encho a cara de coca cola? rs, tenso
    muito bom o post 😀 SHAUSHAUAH ri demais (se bem que o negócio do seu amigo gay não deve ter sido nada engraçado, hm)

  3. curti o teeexto! acho que beber não é algo do capeta, mas se for pra dar trabalho bebe leite, véi! (e olha que eu sempre dou trabalho =l)

  4. Hmmm, minha história é meio parecida com a sua, hoho!
    Nãoo gostooo de vinho, que lembre vinho, tenha cheiro de vinho e Contini ¬¬
    Se dou dois goles em uma cerveja é muito. Bêbado é MUITO CHATO, ainda mais quando eles te mordem u.u

  5. HAHAHAHAHAHAHA, adoreei.. ainda bem que ainda não tive essa experiência. rs
    e o seu amigo gaay, confirmou mesmo se não rolou nada? KPOASKOPSAKOPSA’

  6. Meu primeiro porre foi de vinho, e um vinho beeeemm vagabundo, diga-se de passagem! Fiquei palhaça e tal.. fim da noite tava vomitando todo o vinho, e pensando que era sangue! Entre um jato e outro eu gritava “eu vou morrerrr, ai meu deuss!!” ahahah E meu namorado (de 1 mês) segurando meu cabelo! O coitado nao aguentou e começou a vomitar do meu lado.. hahaha Que cena! ;P
    Hj eu acho é graça, mas na hora pensei q fosse morrer mesmo..sem contar a ressaca maldita no outro dia!
    Mas hj eu sei beber e sei OQ beber tbem… sem vexames, ok?! ;P

    Adorei o teeextoo..vizualizei tudo! uhauahahuha ;D

  7. meu primeiro porre foi suave,

    tive só um porre fudidão, todo mundo achou que eu ia morrer HAHA
    me zoam até hoje –‘

    e hoje sei beber, sem vexames +1

  8. Bah… huahauhuhuah…
    tô rindo até agora…
    adoro o jeito q tu escreve! (apesar de só ter lido esse post até agora..). Adoro histórias assim! E quando são verídicas, melhor ainda… engraçadas.. piadas inteligentes.. trocadilhos.. cara, sou tua fã!

  9. O primeiro porre a gente esquece sim. … Só depois você consegue ter uns flashbacks do que você fazia nos intervalos em que não cachaçava e se divirte com sua própria situação, de tão constrangedora que ela é.
    UASHUASHUAHSUHAUSHUAHSUA
    Exatamente!

  10. CARACA… nunca ri tanto na minha vida. Na boa, desculpa ai B! por rir da sua história mas foi hilária.
    Bebida é uma merda, e até hoje eu não consigo entender como as pessoas podem gostar disso. Como vc disse, amam pq querem sair da sua vidinha medíocre ¬¬ bando de mané.

    mas na boa, que bom que vc não bebe 🙂 vc viverá mais 😀
    SHAOISHAOISHAOISHAOIHSAIOHSOASIO

  11. Meu primeiro e único *espero* porre foi assim tb…tirando a parte do hospital. Depois dele eu aprendi a beber sem ter que chegar ao limite

  12. Meu primeiro porre foi tenso.
    BEIJEI DE LÍNGUA DUAS AMIGAS, levei colheradas guela a baixo de pó de café (não recomendo), chorei litros nao sei porque, arrancaram minha roupa pra me dar banho de tao bebada que eu tava, e eu sai correndo no meio da rua de lingerie de oncinha x.x’ me zoam ate hoje, sem contar que depois de tudo me levaram nuum carro da funeraria pra ESCOLA e eu dormi na arquibancada ¬¬’

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