Mandamento 4: honrar AVISO de pai e mãe

“Toma cuidado no trânsito que depois do jogo do Brasil tem sempre uns bêbados dirigindo que nem louco por aí” – Meu pai, dia 20/06/10, capítulo 4, versículo 3.

Essa é uma daquelas frases que não é aviso, mas rogação de praga pra você não sair de casa. Aquelas do tipo “Leva casaco que vai fazer frio” com um calor de 40 graus lá fora. E aí faz frio. Muito. E você morre congelado só para eles falarem “Tá vendo, eu avisei que ia fazer frio”. Se sua mãe pedir para você não esquecer de levar um cabide um dia, não esqueça. Pode ter certeza que no meio do caminho vão te sequestrar e sua única chance de sobrevivência vai ser desmontar o cabide para enforcar alguém. Algo meio MacGyver.

Para começar essa história toda, voltemos alguns dias. Jogo Brasil x Costa do Marfim em pleno domingão. Todo mundo marcando churrasco, almoço com a família, barzinho pra tomar umas. A Copa do Mundo é legal porque todo mundo vira patriota e se fode de verde e amarelo indo torcer em lugares que você não assistiria uma partida do seu time, por exemplo. É muita gente dando palpite sobre coisas sem relevância. O que eles não entendem é que é Copa do Mundo, caraio. Só acontece de 4 em 4 anos e o mandamento principal é todo mundo ficar quieto, ouvir o Galvão Bueno narrar e pronto.

Mas eu me saí razoavelmente bem. Não fui obrigado a sair com a família, porque assisti na casa de um amigo. Comi uns petisquinhos, mas não bebi nada, porque tava dirigindo. Aquela propaganda de “se beber não dirija” tem alto poder de impacto em mim. Não curto sair por aí achando que não tem outras pessoas no trânsito e eu posso fazer a merda que eu quiser. Mas beleza, isso não vem ao caso agora.

Depois do jogo terminado, ainda ficamos mais um tempo conversando na casa dele e resolvemos sair pra jogar um futzinho no domingo à noite. E eu, que nunca dou carona pra ninguém por preguiça, fui o escolhido da vez pra levar todos pro fut. Aí você já sabe… passa na casa de um pra pegar meião, vai na casa do outro porque tá sem chuteira e vira chofer por 1 dia rodando a cidade. Como estávamos em 6, tivemos que ir em 2 carros.

Como meu grande sonho é por um puta golaço meu no Youtube pra ver se algum time quer me contratar (Bruno, volante, 23 anos… tô aí pra ajudar o time a conquistar os 3 pontos e fazer o que o professor pedir), levei minha filmadora.  Nessa, o protagonista dessa história resolveu começar a filmar no carro mesmo. Campeonato de arroto, merdas cotidianas e a constante tentativa de atacar um ovo no carro do amigo que estava no outro carro. Como muitos falam que eu minto em todas as histórias, esse aqui tem até um vídeo provando que é verdade. Assistam aí embaixo.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=gd3-pdD9of0]

O legal do vídeo é ver um 😀 passar pra 🙁 em questão de segundos hahahaha.

Como deu pra perceber, um filho de uma quenga bateu no meu carro. Quando eu digo que essas merdas só acontecem comigo ninguém acredita. Não era pra eu ter ido de carro e muito menos ser o motorista. Bem no dia que eu saio, um filho da puta faz uma merda dessa. Pra vocês entenderem o acidente: o farol estava fechado e eu parei há uns 2 metros atrás do cara. Ele começou a dar ré do nada, eu tentei buzinar… e POF! De foder. Sempre me orgulhei de nunca ter batido ou de nunca terem batido em mim, mas agora não posso mais dizer isso por conta desse viado. Fiquei puto.

Descemos os 6 dos carros e o cara desceu do carro dele meio que trançando as pernas. Ele veio me cumprimentar (?), disse que estava voltando do Cemitério (??????) e por isso tava meio mal. O detalhe ficou por conta da camisa do Brasil, do bafo de cachaça e da real tristeza dele de que alguém morreu naquele dia.

Como eu não entendo porra nenhuma de carro e um dos que estavam no carro é engenheiro mecânico, deixei por conta dele analisar o estrago. Pra mim só tinha amassado a placa, mas ele disse que o capô deu uma entortada e que daria uns R$1000 o conserto. Fiquei até espantado e resolvi pegar nome, telefone, CPF, MSN, ICQ e o que mais o cara tivesse pra arrumar essa porra de carro. Não poderia ficar no prejuízo com um animal desse. O cara me passou tudo e disse que ia acionar o seguro dele contra terceiros pra pagar. Ele também pegou meu nome e eu tive que repetir umas 5 vezes meu telefone pra ele conseguir entender o número. O melhor foi quando ele perguntou meu nome. Não sei se ele lê o Teletube, se é fã de tiopês, se me reconheceu do blog ou só se o cara encheu o cu de cachaça mesmo. Escreveu um BRUNO BATDE (bruno batida?) que não consegui me aguentar e comecei a gargalhar. Não dava mais… era melhor ir embora porque não ia adiantar nada discutir ali com um bebaço.

Cheguei em casa depois do jogo e meu pai foi vistoriar o carro. Disse que não precisava mandar o cara acionar o seguro e nem fazer Boletim de Ocorrência na Polícia, senão o carro ia ficar 1 mês fora só pra arrumar um desnível no capô que nem era tão grande. Como o carro é dele, acatei a decisão. Se ele quer assim, que assim seja. Só por curiosidade, passei no dia seguinte na oficina pra ver quanto ficaria o conserto. Era realmente perto dos 1000 reais, porque teria que colocar um novo, mas como meu pai disse pra não fazer nada… jóinha! 😀

Os dias passaram e o cara me ligou dizendo que eu teria que pagar o conserto do carro dele. Eu, obviamente rindo, perguntei se ele tava ficando louco. Ele respondeu que eu bati na traseira dele e, pra quem não entende de trânsito, quem bate atrás, não importa como seja, é SEMPRE o culpado. Tá certo que nesse caso eu não tive culpa, mas CADÊ A PORRA DO B.O PRA COMPROVAR ISSO? Puta merda! Não fiz B.O. E agora… agora tô extremamente fodido. O seguro do meu carro não estava em dia e além de ter que consertar o meu próprio (ele disse que não ia pagar nada), teria que pagar o dele. Tô decidindo ainda se encho a cara e enfio o carro num poste ou se vejo o Brasil ser eliminado pelo Chile antes pra poder não sentir tanta culpa. PUTA QUE PARIU DE VIDA!

Me xinguem muito no Twitter clicando aqui.

Como se comportar em uma entrevista de emprego (dicas quentes!)

Minha carreira de trabalhador se resumiu até hoje em procurar emprego em agências. Porém, meu pai, um visionário, me obrigou a procurar “emprego que ganha mais”. Eu já fiz tanta dinâmica de grupo que até decorei as perguntas e montei um manual de procedimentos e boas maneiras a ser seguido quando você for a uma delas.

No começo eles pedem para você se descrever um pouco, então conta aí qualquer coisa e depois você não precisa sofrer mais porque eu vou te ajudar.

1. Vamos começar. Por que você deixou o seu último emprego?

Se for uma mulher a entrevistadora, já conta as fofocas logo de cara. Se for um homem, limite-se a responder “Não tinha gostosas”.

2. O que você sabe da nossa empresa?

Não responda que sabe que a empresa paga uma miséria e nem que a diretora de marketing só tá nesse cargo porque fez um boquetinho pro vice-presidente. Decore o Wikipédia.

3. O que fez para melhorar os seus conhecimentos técnicos no último ano?

Dica: ela não quer que você responda que você fez inglês na SKILL ou curso de apertar parafusos na SOS Computadores. Ela quer saber se você fez algum curso de verdade.

4.  Você está procurando outros empregos?

Diga que sim. Li milhões de vezes no Orkut que Quєм ηãø dá αssisŧêηciα αbrє ρrα cøηcørrêηciα. ρєgøu α sєηЋα? Fiηαł dα fiłα. ηєм ρiør ηєм мєłЋør αρєηαs difєrєηŧє мєu dєus quє quє єu ŧô fαłαηdø?

5. Qual o salário que pretende ganhar?

Fala 15 mil reais só pra você ver a cara de assustada da pessoa hahahaha é divertido


Ops, foto errada…



6. Qual é o seu ponto forte?

Se a entrevistadora for mulher, arregace as mangas e responda “40cm de braço, sua linda”. Se for um homem fala que curte futebol, tomar breja e falar de mulher.

7. Qual é o seu ponto fraco?

“AI SABE EU SOU MUITO PERFECCIONISTA”. Sério, você é muito babaca. Responde que você é babaca que as chances aumentam.

8. Qual foi a coisa mais divertida que fez no trabalho?

Eu caguei no banheiro, entupi a privada e deixei todo meu setor alagado. A galera riu demais.

9. Como você se vê daqui a 5 anos?

“GORDO, CARECA e TOMANDO CACHAÇA”. Ela não quer que você seja honesto aqui não.

10. Por que é que deveríamos te contratar?

Fala que você é diferente dos outros concorrentes. Fala que você não vê Redtube no trabalho. Não quando tem gente atrás e isso é um ponto positivíssimo, diz ae.

TESTE PSICOLÓGICO: agora eles vão ler sua mente

11. Qual seria o emprego dos sonhos?

“Gostaria de ser pago pra dormir. Seria o emprego dos sonhos” QUEM ENTENDEU ME ADD PORQUE ESSA FOI MUITO RUIM KKKKKKKKKKKK

12. Se você pudesse levar algo para uma ilha deserta, o que seria?

“Eu levaria um avião e se eu pudesse levar alguém eu levava o piloto.”

13. Qual das pessoas abaixo você gostaria de ser? Por que?

1. Não responda essa, porque você não tem ideia de quem é e nem eu, rs
2. BINGO! Procure sempre pela velhinha/velhinho feliz (mesmo que você não tenha ideia do que ela tenha feito) e responda: “ah, porque ela foi muito boa para todo mundo. ela contribuiu para um mundo melhor”.
3. Não responda sobre essa/esse ex-BBB de jeito nenhum. Não porque você vai passar a imagem de fútil que assiste BBB, mas porque eles vão achar que você é capaz de cortar até seu pau pela empresa.
4. Se for escolher a Xuxa, é bom que você tenha uma boa jusitificativa, porque eu não tenho.

14. Qual dos animais abaixo você gostaria de ser? Por que?

1. TANTO FAZ
2. TANTO FAZ
3. TANTO FAZ
4. Só não escolhe esse, vai

15. Qual peça completa a imagem abaixo?

KKKKKKKKKKKKKKKKK ai gente vocês são show


16. Alguma última pergunta que queira fazer?

“Por que essa empresa é tão pau no cu?”

Passar bem.

@pagalanxe

Conversas cruzadas

Em conversa com o @konelindo no MSN há um tempo.

Konelindo diz:

TO QUERENDO FAZER UM TWEET DE GAYS DAQUELES “SABE COMO EU SEI QUE VC E GAY… VC USA MONANGE”. SABE?

Bruno diz:

Sei, que que tem?

Konelindo diz:

ENTAO ME DIZ UNS PRODUTOS GAYS AÍ

Bruno diz:

Sei lá, bolsa de lado?

Konelindo diz:

NÃO! QUERO UM PRODUTO

Bruno diz:

Peraí que vou procurar no Google.

—x—

Adivinha quem foi procurar “produtos para gays” no Google e o cara do TI veio arrumar a máquina?

@pagalanxe

Enquanto tô com preguiça de escrever algo novo…

Vão aí duas histórias minhas narradas pelos locutores do programa Pretinho Básico, da rádio Atlântida do Rio Grande do Sul, que leram os textos na ÍNTEGRA e sequer citaram a fonte. Triste.

História: Entupi a privada da casa da minha namorada

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=t1Yw7h59HbA]

História: Estagiário demitido por justa causa

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=xVhFjkMPulo]

.

Até minhas histórias tão copiando. Isso só acontece comigo mesmo. 🙁

Twitter

A passagem de ônibus mais cara da história

Oba! Voltei. E indignado.

Ontem, depois de anos de trabalho escravo (TCC), resolvi sair de casa para ir para a faculdade sem compromisso. Não que eu já tenha terminado o curso, mas tô bem mais tranquilo e com a vida menos corrida.

Ir sem obrigação é chato pra cacete, principalmente quando se tem que tomar ônibus e metrô pra atravessar a cidade. E lá fui eu, perder umas horinhas pra jogar um campeonato de futebol na faculdade.

Logo que desci minha rua pra pegar o ônibus, pensei: “Ah, meu bilhete único deve estar cheio. Coloquei crédito semana passada”. Pra quem não sabe, aqui em SP há um cartão que você põe dinheiro e passa na maquininha pra validar sua passagem. Simples, né?

Quando entrei no ônibus, tirei meu bilhete do bolso e passei na máquina. Piiiiiiii… SEM SALDO. Puta merda. É um saco ter que pagar uma passagem inteira quando ainda pode-se pagar meia por ser estudante nesse país de meu deus!

Ok, vamos pagar uma passagem inteira, então. Abri a carteira e… uma nota de R$50, apenas. Em ônibus geralmente tem aqueles avisos de “troco máximo R$10”. Não vi isso ontem. Com aquela cara de gato de botas do Shrek, iniciei uma conversa com a cobradora.

– Ihhhhhh… só tenho uma nota de R$50.

– Você vai descer rápido?

– Não, vou descer no ponto final.

– Ah, então fica aí na frente que quando eu tiver troco te aviso.

Pô, super gente fina. Ninguém daria troco pra uma nota de R$50 no ônibus. Deve ser porque eu tava gato ontem, mas isso não vem ao caso.

Fiquei lá sentado no banco de idosos e gestantes esperando ela arranjar o troco. Como não existe um dia em que não haja trânsito em São Paul0, demorei uns 50 minutos até chegar ao ponto final. E o que aconteceu? O óbvio, né. Chegou o ponto final e eu sequer lembrei que havia dado R$50 (CINQUENTA REAIS) pra mulher. Ela também não. Olhei pra ela com cara de “já paguei” e ela autorizou minha passagem. Claro que ambos esqueceram do troco.

Quando entrei na fila do bilhete único do Metrô, me dei conta que não tinha mais um puto sequer na carteira. A única nota era aquela mesmo que eu tinha dado pra cobradora. Saí correndo de volta ao ponto final do ônibus e adivinhem… sim, ele já tinha ido embora. Ah, como eu fiquei puto. Não só pelo dinheiro, mas porque perdi o campeonato na faculdade e também porque tive que voltar A PÉ pra porra da minha casa. São só uns 8km mesmo.

Sério. Vou na SPTrans cobrar indenização por injúria, dor nas pernas e danos morais. 🙁

Twitter

Rapidinho

Só pra dizer que tô terminando o TCC na faculdade e tô sem tempo pra postar novas histórias. Em breve conto como tem sido esse inferno.

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UPDATE:

Criei uma comunidade no Orkut pro blog, porque o Orkut não me deixa mais responder scraps e por Twitter é humanamente impossível.

Comunidade: Isso só acontece comigo

Vida sofrida

Pra todo mundo que acha que eu sou um playboy que nasceu em berço de ouro, não tem a menor ideia do que passei nessa vida de meu deus. Eu não tive que cortar cana, carpir mato ou plantar bananeira porque eu moro na cidade. Se eu morasse no campo, pode ter certeza que eu seria o responsável por pegar a merda do cavalo.

Pra começar, nunca tive emprego fixo, trabalho fixo ou remuneração fixa. Curto ser nômade, andar por aí, conhecer novas pessoas… NÃÃÃÃO! Eu não curto nada disso. Só queria um mísero emprego fixo, com carteira assinada pra eu mostrar pra minha vó e dizer: “Tá vendo, Vó, trabalho no Programa do Gugu”. Como ela mal sabe ler e não tem ideia de que merda alguém faz em publicidade, é mais fácil dizer isso, porque ela é hiper fã do Loirinho e vai sentir orgulho de mim, garantindo meus R$30 reais de presente no Natal.

Mas como a situação tá difícil e ninguém tá afim de dar um emprego, então tô nem aí. Vou continuar acordando tarde, mesmo sendo um dos caras mais trabalhadores e batalhadores desse Brasil.

boca_maloquero

Minha carreira profissional começou logo cedo. Tinha um ótimo perfil empreendedor e pensava em ficar rico a curto prazo. Logo no meu primeiro emprego, fui boicotado por uma senhora que acabou com todas as  minhas aspirações: minha mãe.

Eu gostava muito de tomar gelinho (geladinho, sacolé ou outros nomes que não sei), até porque é mais rápido, é mais jovem mesmo. Sem contar que era baratinho. Na época, custava 15 centavos os feitos com suco natural. Muito bons. Sem contar os gelões, que pareciam uma pica grossa e eram vendidos por  apenas 25 centavos. Isso soou gay, relevem.

Pois bem. Diante do impasse de tomar muitos gelinhos, decidi produzir minha própria série para tomar, vender e ganhar uma grana. Comprava altos Ki-sucos (Tang? HAHAHA. Tang era o triplo do preço de um Ki-suco e eu, com pensamento voltado a negócios, queria maximizar meus lucros) para fazer os meus. Uva, Graviola, Framboesa, Morango… em média, 1 litro de ki-suco fazia 15 gelinhos. Como queria desbancar a concorrência, vendia meus gelinhos a 10 centavos, logo, 15 gelinhos a 10 centavos, iriam me render R$1,50 bruto. Tirando os 30 centavos do suco, minha mão de obra, luz, água, açúcar, os gelinhos que meu pai pegava… acho que dava pra ganhar uns 50 centavos a cada 15 feitos. Super grana. Dava pra comprar três mini-raias (pipa).

Como bom comunicador desde pequeno, coloquei uma plaquinha no portão anunciando que eu tinha entrado no ramo. Não demorou pra todos os meus vizinhos virem comprar e contraírem dívidas de 40 centavos, 60 centavos, o que me deixava extremamente puto. Porém, o que me deixou mais puto foi minha mãe. Ela ficou com vergonha da minha atitude empreendedora e arrancou minha plaquinha: “Para de ser besta. Dá todos esses gelinhos, não vai vender pra ninguém”. E saiu distribuindo pra quem quer que fosse minhas obras-primas-alimentícias. Noooooooossa. Sou um cara de muito bom coração, senão eu JAMAIS teria perdoado essa atitude dela.

Ok, mãe. Não quer que eu seja vendedor de gelinho, uma profissão honesta,  digna, então vou fazer uns bicos na Páscoa. Pra vocês terem uma ideia, me tornei o maior responsável pelo faturamento de uma senhora que fazia Ovos de Páscoa. E qual era meu cargo? Vendedor de rifas. Em troca do meu trabalho, ela me dava um ovo igual ao que estava sendo rifado. Bem legal. Juro que conseguia vender 5 rifas de 100 números em uma semana. Eu era pequeno, “inocente” e todo mundo comprava. Uma pena que eles nunca souberam que eu era o maior fraudador da história das rifas.  Conseguia fazer um esquema com a luminária que eu via o nome de quem ia ganhar antes. Em troca desse nome, oferecia a uma pessoa X por um preço mais elevado. Negócios são negócios. E criança quer sempre comprar algo útil, tipo… mais pipas.

rifa 2Tive esse emprego temporário por uns 6 anos. Como eu mal ganhava Ovo de Páscoa dos meus pais/parentes, consegui alimentar minha família nesse período.

Já mais crescido, decidi que iria trabalhar com o que eu gostava de verdade: pipas. Eu gostava muito de empinar pipa (ainda gosto) e queria fazer os meus pra não ter que gastar comprando novos. Fui contratado no Cel Pipas pra fechar MINI-RAIAS, que são menores que as raias.

celO pagamento variava de acordo com a produção. Para cada raião fechado, ele pagava 3 centavos e meio. Para cada raia fechada, ele pagava 2 centavos e meio. Já eu, um escravo cambojano, fechava as porras das MINI-RAIAS… e ganhava 1 centavo e meio por cada fechamento.

Eu já sabia fazer, tanto que achei que seria fácil. Fiz 600 pipas em 5 dias e pedi as contas, porque empinar pipa era bem mais legal do que fazê-las. Saldo final: 9 reais em uma semana e um sorriso de orelha a orelha por poder comprar todos os pipas que eu mesmo fiz. Tudo bichado, penso, torto, mas beleza, hehehe.

No ano seguinte, me arrisquei na pior profissão do mundo: ser estoquista na Handbook do shopping Center Norte (SP). Acho que não há algo pior e mais humilhante do que ficar procurando roupas para um bando de imbecis, só porque você ainda não tem 18 anos e não pode ser vendedor. Que desgraça. Trabalhava das OITO da manhã até as DUAS da manhã em regime semiaberto no período do Natal. Até os presos veem sua família no Natal… só eu que não comi peru porque tava trabalhando. Puta vida miserável. Ainda bem que era temporário, porque eu não ia aguentar mais de 1 mês naquele inferno.

Passado as babaquices infantis de tentar conseguir dinheiro para ir a domingueiras e matinês, entrei na faculdade e me conscientizei que dali pra frente só arrumaria trabalhos fixos. Quisera eu. O primeiro que arrumei foi um freelance para um bando de universitários de uma faculdadezinha meia boca para fazer direção de arte pro trabalho de conclusão de curso deles. Totalmente estressante, porque os animais não sabiam a diferença entre Pantone e CMYK.

Seguindo a linha, virei estagiário numa das melhores agências de São Paulo e consegui remuneração fixa por vários meses. Ufa! Até que enfim. Ganhar VR  (vale-refeição) mensalmente parece um presente divino. Eu economizava muito no almoço para levar minha namorada pra ir jantar no final de semana com o santo VR.  Salário de estagiário é triste. Nunca que eu ia conseguir bancar alguma coisa sem meu amado, idolatrado, lindo e fofuxo VR. Já que você pensou nisso, pobre é tua mãe.

Em paralelo à faculdade e aos estágios, criei 700 comunidades do Orkut que não me serviram pra bosta nenhuma, porque me recusei a ganhar dinheiro com propaganda pra não deixar “visualmente feio o layout”. Como sou imbecil. Muito imbecil.

Desisti de criar comunidades e passei a criar frases pra concursos culturais pela internet. Ganhei algumas coisinhas e consegui me sustentar com um prêmio que vendi.

Hoje sou considerado blogueiro. Cheguei ao fundo do poço.

Me sigam aí no Twitter, lindos.

Exclusivo: CONSEGUI A PROVA DO ENEM 2009

EXCLUSIVO! EXCLUSIVO! EXCLUSIVO! Eu consegui em primeira mão a prova que foi roubada do Ministério da Educação. Segue abaixo as perguntas do primeiro dia de prova (clique pra ampliar). Gabarito só depois do meio dia.

enem2009final

E isso só foi possível graças a mim (e meu Twitter) e  aos colaboradores Danilo (e seu Twitter) e ao Daniel (e seu Twitter).

Agora tô sendo processado e vou ser preso. Obrigado.

Referências bibliográficas:

@kadubocao, Cersibon

Meu vizinho de 82 anos preso por plantar maconha

Onde esse mundo vai parar? Assassinatos, crises, velhinhos maconheiros… e agora o Twitter. Deixa eu contar isso direito.

Há uns três meses atrás dei uma festa aqui em casa pro pessoal da faculdade. Sabe como é, né? Último ano, galera reunida, bebida, concurso camiseta molhada… e tem sempre UM maconheirozinho que não fuma em casa por medo dos pais, mas na casa dos outros tá beleza, né? FDP. Fico puto.

A festa acabou, todos foram embora e o que acontece? Sempre sobra pro ilustríssimo dono da casa arrumar tudo sozinho. E haja jogar Veja no chão pra limpar aquela imundice. Sem contar o tanto de latinhas que tive que catar espalhadas pelos lugares mais obscuros. Quanto pagam pelo quilo do alumínio? Vou vender essa caralhada de latinha e ficar rico, me aguardem.

Também achei um saquinho com uns matinhos moídos, umas sementinhas, uns carocinhos… sei lá que que era aquilo, mas pra mim era tudo mato. Não tive dúvidas em jogar no quintal do vizinho. Lá é gramadinho mesmo, iam se misturar com os amiguinhos matinhos e sumir pra sempre. Que final feliz.

Veja bem, antes que me culpem de algo pelo que será descrito daqui pra frente, EU SOU INOCENTE, ok? Sou careta, drogas BAH!

Na semana passada,  a minha vizinha da frente (Dona Tereza) viu lá da varanda dela uma plantinha nova que nasceu no quintal do Seu Joaquim (meu vizinho do gramado) e chamou a polícia. Puta de tudo essa vaca fofoqueira. Pô, eu também tinha visto, mas pra mim aquilo lá era a porra de um pé de mamona. Mas não era. Era um pé de maconha legítimo que nasceu ali. VELHO MACONHEIRO!

Eu, do alto da minha juventude, jamais iria achar que o Seu Joaquim era um maconheiro sem vergonha, até porque ele tem 82 anos, tá de cadeira de rodas e não sai mais de casa. Mas, vai saber,  a terceira idade é crítica. Os idosos começam a ficar malucões da cabeça e fazer besteiras como essa. Vocês não veem notícias? Esse mundo tá cada vez mais perdido mesmo.

O pior é que ele tá PRESO. Puta mancada da polícia. E não acho que foi pelo que eu joguei no quintal dele não. Imagina, seria alucinação pensar que poderia ter sido isso. Só joguei uns matinhos sem compromisso que nem eram meus. Nunca que iria nascer alguma coisa de um MATO (e uns carocinhos que poderiam ser sementes, mas sei lá), hehehe.

Analisando a situação com mais calma, relembrei que sempre achei o véio meio desligadão. É sério isso. Desde pequeno, quando eu ia vender rifa de ovo de páscoa pra ele, eu dizia: “É 1 real cada nome na rifa, Seu Joaquim”. E ele: “Comprar pipa? Toma 10 reais, garoto”. LOUCAAAAAAAAAÇO! hahahaha.

Tá aí. Aos que reclamam da justiça, veja ela ela sendo feita. Mais um delinquente atrás das grades. Temos que parabenizar o governo pelo excelente trabalho desenvolvido contra o crime organizado e o Datena por denunciar quem comete atrocidades. Parabéns, governo e Datena.

Me segue no twitter: @pagalanxe

Siga os passos do Seu Joaquim na cadeia: @seujoaquim (zoação)

O primeiro porre a gente nunca esquece

A frase do título é uma das mais enganadoras do universo. O primeiro porre a gente esquece sim. O segundo também, o terceiro… Quase que completamente. Só depois você consegue ter uns flashbacks do que você fazia nos intervalos em que não cachaçava e se divirte com sua própria situação, de tão constrangedora que ela é.

Pois bem. Eu não bebo. Sério. Não sou daqueles bobões que falam “eu não bebo… pouco”. Só a pavê ou pacomê supera essa frase na babaquice. Tenho vontade de quebrar o cu da cara de quem fala isso.

Mas retornando. Nunca fui de beber. Nem cerveja, nem whisky, nem álcool em gel… nada alcoólico, pelo simples fato de não gostar. Tudo que tem álcool é ruim. Pra mim, as pessoas só bebem para saírem do seu mundinho triste e poder fazer umas graças pros outros sem ter vergonha, porque aí todos rirão e dirão “HE HE ele é um bêbado engraçado”. Aí o infeliz começa a tomar todas porque seus amigos (bêbados) vão te aceitar apenas bêbado.

Como em todas as cervejadas e festas da faculdade, eu ficava apenas carregando os presuntos semi-falecidos pro banheiro. Todos sabiam que eu não tomava nada, mas insistiam pra cacete pra eu beber. Qualquer golinho numa cerveja amarga era motivo de comemoração.

Em uma festa na casa de uma das minhas amigas, depois de 2 anos já na faculdade, me torraram a paciência pra eu beber. Falei que não, não, não… mas pensei “se eu tomar hoje, nunca mais encherão meu saco”. E fiz. Enchi a lata de vodka, pinga ou qualquer coisa que me dessem. Começou com aqueles shots onde todo mundo toma junto. No décimo, os caras já estavam pondo água pra eles e eu felizão tomando mais um copo de vodka: arrrriiiiba, abaaaajo, ao centro, adeeeentro…

Como eu tinha ido sem carro, avisei meu pai: “Não volto tão tarde. Te ligo uma meia noite para me buscar no metrô”. Só que a meia noite eu já tava dando cambalhota no jardim. Nem sabia mais o que tava acontecendo. Comecei a pedir insistentemente bolo de cenoura pra comer. Sei lá porque eu tava com essa fixação. Trouxeram de laranja, mas meu estado era tão bom que nem reparei. Comia e elogiava “Como tá bom esse bolo de cenoura, hmmmmm”.

Até esse momento, pelo que me contaram, eu já tinha jogado o maço de cigarro inteiro do meu amigo na água, tentava secar meu sovaco achando que estava voando e sofria com as investidas do meu amigo gay, que já tinha dito umas 5 vezes pra mim “É HOJE!”. Quase chorei implorando pra uma amiga que, se eu apagasse, não deixasse ele chegar perto de mim. Sério, tenho mais medo de um gay nessas condições do que de morrer.

Drunk01

Apaguei. Lembro de alguns flashes no elevador de eu sendo carregado no ombro pelo meu amigo… gay. A gente (e mais umas 5 pessoas, ok?) subiu pro flat da minha amiga dona da festa. Abracei fortemente a privada. Vomitei tanto que sinto que terei de entrar com um processo contra a Companhia de Esgosto para devolver meu fígado que foi embora no meio de tantas descargas.

privada

Aí começa aquele papo de bêbado “Pô… me descuBLRRERRGGH.. desculpa… volta lá pra festBLERRHGGHG… ai. Não queria incoBLERGHGGH modar mesmo. Desculpa”. E sempre o sóbrio tem que aguentar isso. Limpando seu vômito, ainda por cima. Puta coisa desagradável e nojenta.

Apaguei novamente. A partir daí não lembro de mais nada, só eu chegando num hospital público. Ao invés de pegarem minha carteirinha do convênio que estava no meu bolso, me levaram pra qualquer buraco pra eu tomar uma glicosezinha. Beleza, mas poderia me levar numa padaria pra tomar pepsi sem gás, né? Reparei novamente que quem me carregava no colo era meu amigo gay. ME-DO. Ele tem uns 2m de pura viadagem. E tava sóbrio. Mas 5 amigas minhas foram juntas também.

Como não lembro de mais nada a partir deste momento, me contaram depois que meus pais estavam desesperados atrás de mim. Pudera, né. Eu tinha dito que ia voltar meia noite, eram 3h da manhã e eu não tinha dado nenhuma satisfação. O pior foi que eles ligaram pra cada amigo e um jogava a bomba pro outro “ah, ele já foi embora… foi dormir na casa do pedro”. Aí o Pedro “ah, ele foi dormir na casa da dani”. Aí a Dani “ah, ele foi dormir na casa do zé”, que já tinha dito que eu tinha ido dormir no Pedro.

bebum[1]

Acordei umas 5h30 no hospital com a médica me chacoalhando. Olhei ao meu redor e fiquei felizão por não estar num motel vagabundo com meu amigo gay. Se eu morresse nem me preocuparia, mas se ele me comesse, aí sim eu tava fodido (se é que me entendem :/).

Saí da sala da glicose e fui na sala de espera pra ver meus amigos. Eles levantaram reclamando muito “Nunca mais a gente te traz aqui. Esse lugar é horrível. Chegou um cara esfaqueado, outro sem perna…”. E eu “GENTE? Meu soninho tava tão bom… perdi isso”. Eles ficaram putos, hehehe.

De lá, como não tinha mais como voltar pra casa, fui dormir na casa de um deles e, como não tinha avisado nada pros meus pais, nem liguei pra eles.

Acordei pela manhã morrendo de sede. Tomei uma garrafa de 2L de água inteira. Saí da casa do meu amigo e continuei decidido a não ligar pra minha família. Cheguei em casa 1h depois sem ressaca alguma, com minha mochila nas costas e com um belo sorriso no rosto.  Meu pai olhou pra mim e começou a dar risada. Já minha mãe, não queria olhar na minha cara. Mas passou, porque saímos pra almoçar em família e eu contei todo o ocorrido. Nem me deram bronca nem nada. Super tranquilo. Sou um exemplo de filho, hahaha

Desde aquele dia, adquiri pavor a álcool e queria entender como algumas pessoas conseguem se estragar daquela maneira semanalmente. É péssimo. Também ninguém nunca mais encheu o meu saco pra tomar um birinight. Agora pelo menos posso falar que já fui parar no hospital e que eles, que bebem todo dia, nem chegaram perto disso.

FRACOTES!

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