A história de um ex-futuro-ex-BBB

Me sinto um ex-BBB só por aparecer na abertura do programa. Se te interessar saber, senta aí que lá vem textão contando como funciona o processo seletivo.

Minha relação com o BBB começou em um dia do jogo da Copa. Estava ocioso quando resolvi ver o que que tava pegando no site do BBB. Sempre disse que participaria do programa. Então, entrei e vi que as inscrições estavam abertas. E o melhor: não precisava mandar aqueles vídeos bizarros, era só responder a um questionário. Ou seja, basicamente eu teria que usar minha veia promonáutica (escrever frasezinhas de efeito) para agradar quem tivesse lendo. Resolvi me inscrever pela zoeira e pela história que poderia gerar.

No site, respondi a várias perguntas, como “O que você faria se tivesse uma briga?”, “Conte um segredo que ninguém mais sabe…”, “Por que você acha que vai ganhar o prêmio?”, etc. Escrevi tudo de forma engraçadinha. Pensei: se não me chamarem pra entrevista, pelo menos vão rir das respostas.

Em novembro recebi e-mail de um produtor. Achei que fosse trote, mas pedia pra olhar no site e confirmar. Olhei e eu tinha sido convocado pra uma primeira entrevista (NÃO FALE NADA PRA NINGUÉM, NÃO POSTE EM REDES SOCIAIS… OPS!). Como eu tava sem pretensões, fui sem expectativa alguma. Era uma boa oportunidade pra poder contar pra todo mundo que já fui numa seletiva e poderia render até alguma história legal. E acho que rendeu.

Cheguei no hotel no horário combinado pra primeira entrevista. Tinham 20 pessoas no meu horário das 8h30. Algumas: a Tamires (que entrou na casa), o Mister São Paulo, o Gina Indelicada (sério), uma mulher que era dona de alguma coisa de cosmético importante, a sósia oficial (?) da Amy Winehouse, uma tonta que disse que quase foi Miss Peão Boiadeiro e várias pessoas querendo aparecer, mas que no fundo eram todas chatas. Me senti um estranho no ninho ali. Fiquei no meu cantinho enquanto todos já estavam interagindo loucamente já achando que estavam na casa. Uma mulher veio puxar papo comigo e foi a única que conversei. Ela era professora. O resto: só mulher altamente maquiada, com salto alto e saias curtíssimas. No lado dos homens: gays. Ah, e tinham apenas 2 negros.

Aí você me pergunta: como sei o que os outros faziam? Simples: pela sessão vergonha alheia que tive que passar. Alguma imbecil resolveu fazer uma roda entre todos que estavam lá e cada um deveria se apresentar no meio. Os produtores da Globo só olhavam de fora e estavam indignados com tamanha idiotice. Dei um passo atrás pra não participar, mas só quando passou da metade percebi que estavam chamando por ordem numérica e… “QUEM É O DEZESSETE????” Puta que me pariu. Era eu. Fui lá no meio e gaguejei meu nome, minha idade, o que faço e dei uma sambadinha.

Passado toda essa merda, o produtor chamou a galera pra começar de verdade a seletiva. Adivinha? Fizeram uma dinâmica de grupo nos moldes do que as empresas fazem pra contratar funcionários. Meu primeiro pensamento era fingir um desmaio e sair da sala pra não ter que passar por aquilo, mas, pra ter uma história, era necessário eu ficar ali.

Na primeira dinâmica colocaram quadrados no chão e todos tinham que subir em cima disso. Era tipo uma dança das cadeiras. Iam tirando pessoas e quadrados pra dificultar. No final, ficaram 10 pessoas e 4 quadrados. A mulher disse: “Agora vocês se virem pra ficar todos dentro desses quadrados”. A galera era muito tapada e queria uma subir em cima da outra pra conseguir ficar lá dentro. Sugeri ao menos juntar os 4 quadrados porque caberiam mais pessoas no meio. Falei também pras pessoas colocarem os pés com ângulo de 90 graus pra não ficar fora do quadrado. Se fosse uma dinâmica da Unilever, eu acho que teria passado por falta de adversários.

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Fiquei gato na TV?

Após isso sentamos em 2 grupos de 10 pessoas pra resolver um caso. Davam um problema e deveríamos dizer quem era o mais culpado e o menos culpado pela morte da personagem da história. A galera tinha uns argumentos muito ruins e sem lógica e os 2 grupos chegaram à conclusão que a culpa da morte era do próprio bandido. Discordei do grupo. No final, ela perguntou se alguém não estava de acordo e levantei a mão pra falar da minha visão ~tá com pena leva o bandido pra casa~ de que nem sempre a culpa é do bandido. Quando falei, a muié do processo seletivo deu um sorrisinho porque deve ser uma Petralhinha.

A dinâmica acabou e voltamos pra sala. Como já tava cansado daquilo ali que não daria em nada, perguntei se ia demorar muito e disse que eu teria que voltar pro trabalho. Eu era o número 17 e iam chamar por ordem numérica. Ponto positivo: fui o primeiro a ser entrevistado. Como falo pra caralho, a mulher quase não teve perguntas, porque eu já respondia tudo antes. Ela me curtiu e disse que eu iria pra outra entrevista. Perguntei o dia e ela disse: “Agora mesmo. Em outra sala”.

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What?

Fui pra outra sala. Eu tinha basicamente que falar a mesma coisa, mas pra uma outra mulher e com uma câmera me gravando. Contei umas histórias do blog sobre cocô, falei do meu site no colégio (que já fiz um BBB entre os alunos), contei do Orkut, sobre promoções que ganhei… e a mulher não parava de rir. Perguntei se todos iam fazer esse vídeo e ela disse que não, que só alguns que eles curtiram mesmo e passaram na primeira entrevista. Ou seja, eu tava dentro ainda.

Em dezembro me ligaram do Rio falando que passei e já me mandaram os tickets das passagens e hospedagem. Pensei, pensei, pensei e achei que aquela história estava indo muito longe. Liguei lá e desisti, porque eu nunca senti tanta certeza sobre algo na vida como a de que eu entraria no programa. Achei que, com o momento que o programa atravessa, é melhor ser um ex-futuro-ex-BBB. E também porque é muito legal falar pra todos: “Recusei o Big Brother”.

Faltou afinidade.

Vexame na festa da ~firma~

Eu decidi colocar um título minimalista pra amenizar, porque ele seria muito mais longo. Seria algo como: “Vexame na festa da firma e como as consequências se desdobraram até os dias de hoje e como permaneci contratado mesmo fazendo todas as bostas possíveis temendo uma outra possível demissão por justa causa além de ir ao show do Catra com a galera do trabalho no fim de semana”. Oi? Catra? Qual a relação? Se acomoda direitinho aí na cadeira que eu vou contar.

PARTE 1: “Vexame na festa da firma”

Tudo começou há um tempo atrás. Uma pena não ter sido na Ilha do Sol, porque teria sido melhor. Foi na festa da ~firma~ de 2013. Imagina a combinação explosiva pra uma festa para dar errado: open bar + chefes + dona da empresa + chegar atrasado pra um open bar.

Vamos lá. A festa, como eu disse, era open bar. Mas era fechada para nós das 20h até à meia-noite numa balada de São Paulo. Depois ela abriria normalmente pro público geral. OK, né? Pensei: vou chegar às 20h, ficar legalzão e depois me enturmar com a galera. Deu 20h e todos estavam no trabalho ainda. Deu 21h e nós estávamos na casa de uma menina do trabalho nos arrumando. Deu 22h e nós ainda estávamos na casa da menina do trabalho. Deu 23h e adivinha… não, “já” estávamos chegando na festa. Eu tinha 1h para beber tudo que não bebi no ano de 2013 inteiro.

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Foto: Arquivo pessoal

Comecei com uma caipirinha. Fraca. Tomei outra. Fraca. Tomei outra. Fraca. Em 10 minutos eu já tinha tomado 3 e não tinha sentido nada. Pensei: ‘Porra, eu vou virar tudo que tiver álcool porque já vai dar meia noite e nem bêbado estou’. Comecei a pedir vodka pura e virar para ver se dava algum barato. Sabe como é pobre, né? Num pode ver coisa de graça que tem que pegar tudo de uma vez. Deu 23h30 e eu já tava chamando urubu de meu louro e dando em cima de mulheres do alto escalão da empresa. NORMAL! :/

Sentei num banco no meio da galera (era tipo aqueles bancos de praça) e, como Drummond (citei Drummond, chupa!), cruzei as pernas com um gentleman para disfarçar que estava em coma alcoólico. Eu não fazia a menor ideia para qual lado ficava o banheiro e por isso fiquei ali conversando com meu estômago pra ver se adiantava. Resultado: rebeldezinho e como um black bloc, ele resolveu devolver todas as pedradas que mandei pra ele.

Z estatua-de-drummondEu: praticamente um lord

Disfarçadamente coloquei meu braço direito por cima do banco e deitei a cabeça meio que no meu sovaco. Espero que vocês consigam imaginar a cena, mas era a tática ideal e o disfarce perfeito para ninguém da empresa reparar, certo? CERTO. Pelo menos pra mim. Vomitei uma, duas, três, mil vezes no matinho que tinha atrás do banco. Depois do URGHGHGHGGGHGH, sempre voltava com a cabeça à posição original e sorria como se nada estivesse acontecendo. As pessoas perguntavam: “Você tá bem?” “Claro, não poderia estar melhor”. E a festa seguiu, com essa cena se repetindo mais umas 5 vezes. Na minha cabeça, meu plano tinha dado 100% certo e REALMENTE ninguém tinha percebido nada. Pff, bêbados…

Resolvi levantar, depois de deixar 88% da água/vodka do meu corpo no matinho. Com sede. E aí a primeira coisa que apareceu na minha frente e tinha água em abundância: um chafariz. Poxa, era tão bonito aquela aguinha jorrando que era impossível que não fosse potável. Tomei uns goles até ser impedido por sei lá quem (talvez meu chefe, aff) de tomar mais. Me deram uma garrafinha mesmo.

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Acho que a água daquele fonte era benta, porque melhorei substancialmente. Entre uma vomitada escondida e um gole d’água, começaram a me dar coisas pra “não ficar de estômago vazio”. Arranjaram uma bela solução pra isso: pipoca. Porra, quem caralhos dá pipoca pra bêbado? Nada poderia ter me feito mais mal que aquilo. E aí, óbvio, o vexame começou. Eu, que estava até aquele momento fingindo estar sóbrio e tendo plena consciência de que estava convencendo no papel, desmoronei. A dona da empresa, que estava ajudando a me limpar, ganhou um belo presente: uma bela golfadinha no seu sapato da Louis Vuitton. Dá nada, né? Só passar um paninho que tá limpo. Comecei a falar que ia passar no RH e saí correndo pela balada procurando o setor de RH. DEUS DO CÉU, POR QUÊ, DEUS?

Apaguei.

Acordei.

Estava dentro do carro do padrasto de uma amiga do trabalho. Eu, o padrasto, a mãe da Flavia (nome fictício), a Flavia, a Neusa (nome mais fictício ainda porque ninguém jovem chama Neusa). E eu só abri os olhos porque O GIGANTE ACORDOU! E acordou furioso: haja limpeza do carro que o padrasto deve ter precisado fazer, porque lavei o banco do carro com o resto da pizza de pepperoni que HUMMMMMM, TAVA UMA DELÍCIA. Num deu nem para abrir a porta, desculpa. Olha, vou te dizer que devo ter feito um favor, porque o carro tava meio empoeirado e a mãe dela deveria falar todo dia pra ele lavar. ENFIM, não mandei tão mal.

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Aqui começa a parte 2.

PARTE 2: “O que o vexame na festa da firma tem a ver com o show do Catra?”

Apaguei novamente. A Flavia tinha dito que eu não ia ter condição de chegar na minha casa com meu carro, mas disse que não dava pra ficar na casa dela. A Neusa se prontificou a me dar um lar por aquela noite. Aqui vai um detalhe importantíssimo e crucial para a história: a Neusa namora.

Pegamos um táxi e fomos até a casa da Neusa. Chegando lá, já capotei no primeiro lugar que vi na frente porque ninguém é obrigado a estar bêbado, vomitado e ainda ter que se preocupar com o que as pessoas da casa vão pensar. Dormi direto e só acordei no dia seguinte e fiz uma peregrinação para buscar meu carro, que estava abandonado na casa da Flavia.

No primeiro dia útil após a festa, apareci na empresa, sob os olhares incrédulos das pessoas. Nem vou comentar a merda que foi esse dia, mas vale o destaque pra frase da Neusa: “Falei pro meu namorado que você dormiu lá em casa. Ele ficou muito muito muito muito puto e ficou querendo saber quem era. Falei pra ele não se preocupar e inventei que você era gay para ele acreditar em mim. Como vocês nunca vão se ver, num tem problema nenhum”. OK, né?

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Bruno, Bruno, Bruno…

OK até esse belo final de semana de julho de 2014, quando todo o pessoal se reuniu para ir no aniversário de uma pessoa aqui do trabalho. E não podia ser mais marcante: show do Catra. E vou deixar vocês adivinharem quem entrou pela porta quando estávamos fazendo o esquenta… Sim, a Neusa e seu namorado 2mx2m com cara de ENTÃO É VOCÊ O FILHO DA PUTA DO BRUNO. Num tive saída. A solução era incorporar o gay ali na hora por questões de: sobrevivência.

Perguntei se uma das meninas fez baby liss, perguntei pra outra se ela tava usando o esmalte Quinta Avenida ou o Preguicinha e usei palavras como M-A-R-A e BEE para tornar tudo mais real. Os caras do trabalho me ajudaram e até lembraram uma história que confundi “cheiro de porra” com “gosto de porra”. A pergunta no almoço de trabalho era: “Tá chovendo no deserto. De um lado só cai merda e do outro só cai porra, para qual lado você corre?” Eu, na minha extrema burrice, respondi “Na porra, claro, porque tem um gostinho de cândida até…”. Gargalhadas. Foi só um lapso de confusão de sentidos. Para você ter uma ideia, meu apelido aqui no trabalho é Cândida agora. Foda-se, isso não vem ao caso, mas essa história ajudou a melhorar a visão do 2mx2m de que eu realmente não teria feito nada com ela naquela noite.

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Vou colocar uma capa e sair como Super Cândida para salvar pessoas nas ruas

Parti pra balada mais tranquilo. Por lá, ensinei a coreografia de Show das Poderosas, dancei no meio da roda quando começou a tocar Beijinho no Ombro e fui até o chão quando o Catra entrou no palco. O personagem estava perfeito. Se eu tivesse uma estatueta do Oscar ali, me premiaria e deixaria os Brokeback Mountain chupando o pau da barraca.

Em determinado momento, passou um cara por nós e o 2mx2m tentou me “agitar” pra ele. Mano, que caralhos? Depois, ele veio dançar comigo e tentou me encoxar. Ô PUTA QUE O PARIU! Há um limite pra tudo nessa vida e o meu foi ali. Olhei pra cara da Neusa com cara de MOÇA, SEU NAMORADO É GAY e tratei de dar um belo socão no peito nele. Ele me olhou, olhou de novo e vi que ele estranhou minha revolta ali. Puto com toda aquela ceninha desde o começo, decidi dar um basta naquela situação:

– OLHA AQUI! VOCÊ ACHA QUE É GRANDE E PODE TUDO, MAS VOCÊ ME RESPEITE PORQUE EU TENHO NAMORADO E ELE É UM BOY MAGIA INCRÍVEL!!!!!!

Moral da história: melhor manter os dentes no lugar do que a sua dignidade.

Valeu!

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Guarujá + merda = fórmula de sucesso do Carnaval

O título é bem esse mesmo. Não que o Guarujá seja uma merda, mas tudo que acontece por lá ou é merda (literalmente) ou dá merda. Se você tem acompanhado o blog com certa frequência, deve imaginar que eu sou um cara complexado com bosta, merda, cocô e afins.

Já passou do estágio da normalidade e virou doença. Sério. Se, por exemplo, vou viajar por 8 dias, pode apostar que ficarei 8 dias sem cagar. Pra mim isso é normal, não preciso de muito esforço, porque consegui domesticar meu estômago com Activia.

Bom, como todo Carnaval é aquela chatice televisiva, migrei pra casa de um amigo meu no Guarujá só porque curto um trânsito. Chegamos muito depois do planejado, na sexta de madrugada, mas foda-se. Em muito pouco eu estaria pisando descalço na areia e jogando aquele futebol com os caiçaras. Pra quem não sabe, o sonho de vida da maioria dos paulistanos é: 1- ter um escritório na praia (alô, Charlie Brown); 2- exibir seu corpo malhado nas poucas vezes que pode usar sunga depois de 1 ano pagando a academia; 3- vencer os caiçaras (povo de santos e região) em qualquer partida que seja.

Pra minha felicidade, já realizei as 3, com exceção da 1 e da 2 (chupa, caiçaras!). A 2 eu só excluo porque meu espírito chassi de frango não permite que eu me enquadre nesta categoria, mas na questão sunga consegui me adaptar. Sabe como é, né? Quando se é moleque, você fica usando bermuda o tempo todo achando que todo mundo vai ficar olhando pro seu pau. Mas aí você cresce, adquire maturidade e percebe que não importa se as pessoas vão olhar, o importante é aceitar que é essa mixaria que a gente tem mesmo (que não vai mudar) e dane-se. Nõs não somos atores pornôs dick longdong, carai, então vambora pra praia só de sunguinha.

Sou o de preto #BemMisterioso

Por uma grande ironia do destino, a sunga foi o ponto negativo do Carnaval. Na manhã de sexta, deixei minha mala prontinha pra ir viajar e não encontrei minha sunga. Pedi pra minha mãe comprar uma pra mim enquanto fui trabalhar. E ela comprou: UMA SUNGA BRANCA. Êêêê, parabéééns! 🙁

Fui com essa merda mesmo pra praia no sábado de manhã. Quem liga? Puxei minha cadeira e fiquei pagando de gatinho enquanto tomava sol. O que eu não contava é que sofreria uma traição do meu estômago. Esse filho da puta me deixa entalado durante uma semana e resolve se manifestar quando eu já tô com o pé na areia da praia e de sunga braaaaaaaaaaaanca? Vai tomar no cu.

Pedi pra irem achar um lugar perto onde eu pudesse me acabar no banheiro enquanto eu dava aquela seguradinha básica. Dentro de mim sentia um terremoto de 18.1 na escala Richter revirar meu estômago e forçar uma saída brusca de coisas que eu não queria. PQP! Eu ia cagar nas calças. Ou pior: na porra da sunga braaaanca!

Comecei a suar e conversar comigo mesmo para me concentrar. Claro que tinha a opção de ir no mar, mas do jeito que a coisa tava parecendo que viria, ia ser a pior das opções. Cada segundo que passava eu ia envergando cada vez mais na cadeira para fechar o cu e evitar estragos maiores. Já tava quase virando de ponta-cabeça até que passou pelo guarda-sol uma amiga da escola que eu não via há tempos.

Eu, um acrobata

PQP DE NOVO, PORRA! Ela começou a puxar assunto e eu só respondendo com “arrã”, “é”, “claro”… e envergando. Eu tava decidido que por ali (no cu) nada passaria. Ficamos uns 5 minutos conversando e acho que ela foi embora achando que eu era um tarado, porque ficava me contorcendo na cadeira e levantando só a sunga pra cima. Menor dos problemas, tô nem aí.

Quando ela saiu, tomei a decisão: CORRER! Não dava mais pra segurar e como eu só havia ido de sunga (sem chinelo, bermuda ou camiseta) arrisquei correr até a casa do meu amigo. Eram só dois quarteirões que, naquele momento, pareciam uma maratona. Eu corria que nem um FDP e não chegava em lugar algum. Juro que Usain Bolt teria ficado pra trás se a gente tivesse apostando uma corrida. Acho que ele sempre tá com vontade de cagar, por isso consegue bater esses recordes. Fica a dica.

E no meio do caminho dessa corrida louca acontece o inesperado: TRAVEI. Sabe aquela câmeras lentas de filme? Foi bem isso que comecei a sentir. Sentia o coração bater forte, o suor escorrer, as pernas tremerem e as pessoas se mexerem lentamente. Ao meu redor tudo parou. Fiquei estático por alguns segundos segurando, mas meus pés começaram a queimar com os 90ºC que estava. FODEU! Não teve jeito. Comecei a correr e a me cagar inteiro. Quanto mais eu corria, mais a bosta saía. Era merda escorrendo por todos os poros do meu corpo. Pra vocês terem ideia, a odiada sunga branca já tava marronzinha. Pelo menos isso.

Pra minha sorte, acho que ninguém viu. Cheguei na área de banhistas do prédio e me tranquei no banheiro. Sentei pra cagar achando que viria aquela bomba atômica, mas nem um peidinho eu consegui dar. Nem aqueles xoxos, sabe? Nada! Eu já tinha me cagado todo pelo meio do caminho.

Já que esse assunto tava resolvido, era hora de me limpar. Meus olhos encheram de lágrimas só de imaginar que não teria papel higiênico, mas como sou um cara de muita sorte, havia um rolo fechadinho para o meu inteiro e fucking deleite.

Alfreeedo, o menino está com sede

Comecei a tirar, tirar, tirar e a bosta parecia não acabar. E eu achando que um rolo era muito… Em determinado momento, vi que tirar com o papel ou de qualquer outra forma era a mesma coisa. Convenhamos, eu já tava todo fodido mesmo. O papel acabou e eu comecei a esvaziar minha sunga com a mão. Tirava da sunga o cremutcho aloevera cheio de merda e jogava na pia. Sem constrangimento. Sério, na minha situação ali isso não importava em nada.

Fiquei 45 minutos no banheiro. Pra dar o toque final de frescor e limpeza, peguei os paninhos que o zelador tinha deixado no banheiro. Sei lá o que ele já tinha feito com eles, mas pode ter certeza que esse foi o melhor uso daqueles panos. Tirei a bosta da perna, limpei a sunga, sequei o suor…

Subi pelo elevador de serviço e, pra minha sorte, ninguém encontrou comigo. Fiquei mais 45 minutos no banho pra tirar toda a nhaca e agora estou aqui limpinho e cheirando a Monange.

Aposto que tudo isso aconteceu porque eu ficava zoando da propaganda da Activia no Twitter. Aquelas putas correndo na praia e vem uma outra imbecil perguntar “E aí, amigas, como tá o intestino?”. Minha vontade era responder:  “Meu intestino com Activia tá um reloginho. Mais precisamente uma bomba reloginho.”

Me segue aí no Twitter. O aperto de mão é FREE! 🙂

Fui demitido. Justa causa.

É, amigos. Parece que teremos mais um blogueiro (odeio esse termo) nessa vidaloka de internet 24h por dia, 7 dias por semana. Esse blogueiro, acreditem, sou eu. Pois é. Tristeza para uns (eu), tristeza para outros (vocês). E agora estou postando de uma lan house, aqui na rua da Amargura (passei o ano inteiro esperando só pra fazer essa piada hahahaha riam).

Como estagiário, aprendi milhões de coisas e fui muito bem sucedido nas minhas funções. Juro que não entendo o porquê de me demitirem… Eu tinha várias funções que fazia com excelência, entre elas:

1. Tirar xerox. 3.1 segundos por página. Contando o tempo pro multifuncional ligar, claro.

2. Passar café. Sério… chamem a Ana Maria Braga, o Hugo, a Palmirinha… meu café faz as pessoas ficarem apaixonadas. Não sei porque eu disse isso, mas ok.. valeu pra reforçar.

3. Comprar cigarro e pão. 1 minuto e 27 segundos. Ida e volta.

4. Fazer jogos na Mega-Sena, Dupla-Sena, Lotofácil, Loteria Esportiva… Como manjo de futebol, ainda tinha que falar quem seria o vencedor das partidas. Se eu errasse, me faziam pagar pela aposta. Se eu acertasse… bem, nunca acertei, porque sempre mandei o pessoal apostar em vitória do Corinthians… hahahaha pena que ele nunca ganha hahahaha.

Eu era muito bom. Mesmo. Fazia tudo bonitinho, certinho, até que peguei uma certa confiança com o pessoal e resolvi fazer uma brincadeirinha inocente. É impressionante o nível de stress e conturbação em um ambiente de trabalho. Quis dar uma amenizada na galera, deixar o povo feliz e fui recompensado com uma bela de uma demissão por justa causa. Puta sacanagem!

Vou contar toda minha rotina desse dia catastrófico. Era quinta-feira, 26 de março, quando cheguei ao trabalho. Era longe e, por isso, eu chegava cedo. Não porque era longe, mas porque meu amigo me dava carona até um lugar “pertinho” dali. Pertinho tá entre aspas porque não era tããããão perto assim. Eu tinha que andar mais 6 km a pé pra chegar na agência. Chegava todo dia umas 7h30 da manhã, quando, na verdade, era pra chegar umas 11h, devido a essa nova lei de estagiário. Eu era feliz. Não ligava mesmo. Nem pelo salário mínimo que mal me pagavam.

Nesse dia, passei na padaria no meio do caminho. Demonstrando muita proatividade, comprei pão e 3 Marlboro. Já queria ter na mão sem nem mesmo me pedirem. Quando abri a agência (sim, me deixam com a chave porque o pessoal só começa a chegar lá pelas 11h), já vi uma montanha de folhas para eu xerocar na minha mesa. Xeroquei tudo, fiz café e deixei tudo nos trinques (minha mãe que usa essa gíria rs). Como tinha saído um pouco mais cedo no outro dia, deixaram um recado na minha mesa: “pegar o resultado da mega-sena na lotérica”. Como tinha adiantado tudo, fui buscar o resultado lá. No meio do caminho, tive a ideia mais genial da minha vida e, consequentemente, a mais estúpida.

Peguei o resultado do jogo: 01/12/14/16/37/45. E o que fiz? Malandro que sou, peguei uns trocados e fiz uma aposta igual a essa no caixa. Joguei nos mesmos números, porque, na minha cabeça, claro, minha brilhante ideia renderia boas risadas. Levei os 2 papeizinhos (o resultado do sorteio e minha aposta) para a agência novamente. Ainda ninguém tinha dado as caras. Como sabia onde o pessoal guardava os papeis das apostas, coloquei o jogo que fiz no meio do bolinho e deixei o papel do resultado à parte.

O pessoal foi chegando e quase ninguém deu bola pros jogos. Da minha mesa, eu ficava observando tudo, até que um cara, o Daniel, começou a conferir. Como eu realmente queria deixar o cara feliz, coloquei a aposta que fiz naquele dia por último do bolinho, que deveria ter umas 40 apostas. Coitado, a cada volante (sim, esse é o nome dos papelzinho com as apostas lá, rs) que ele passava, eu notava a cara de desolação dele. Bem triste. Foi quando ele chegou ao último papel. Já quase dormindo em cima do papel, vi ele riscando 1, 2, 3, 4, 5, 6 números. Ele deu um pulo e conferiu de novo. Esfregou os olhos e conferiu de novo, hahahaha. Tava ridículo, mas eu tava me divertindo. Deu um toque no cara do lado, o Rogério, pra conferir também. Ele olhou, conferiu e gritou: “PUTA QUE PARRRRRRRRIUUUUUUUUUU, TAMO RICO, PORRA”. Subiu na mesa, abaixou as calças e começou a fazer girocóptero com o pau. Enquanto isso, o Daniel pegou o telefone e ligou pra casa chorando, berrando que tinha ganho na Mega-Sena. Óbvio que isso gerou um burburinho em toda a agência e todo mundo veio ver o que estava acontecendo. Uns 20 caras faziam esse esquema de apostar conjuntamente. 8 deles, logo que souberam, não hesitaram: correram para o chefe e mandaram ele tomar bem no olho do cu e enfiar todas as planilhas do Excel na buceta da arrombada da mulher dele. No meu canto, eu ria que nem um filho da puta. Caí da cadeira de tanto rir. Todos parabenizando os ganhadores (leia-se: falsidade reinando, quero um pouco do seu dinheiro), com uns correndo pelados pela agência e outros sendo levados pela ambulância para o hospital devido às fortes dores no coração que sentiram com a notícia.

Como eu não conseguia parar de rir, uma vaquinha (leia-se: mulher) veio perguntar do que eu ria tanto. Eu disse: “puta merda, hahahahahahahaha esse jogo que hahahahahahaaha ele conferiu hahahahahaha eu fiz hoje de manhã hahahahahahaahahahahahaha”. A vaca me fuzilou com os olhos e gritou que nem uma putalouca: “PAREEEEEEEEEEM TUDO, ESSE JOGO FOI UMA MENTIRA. UMA BRINCADEIRA DE MAU GOSTO DO ESTAGIÁÁÁÁÁÁÁRIO, AINDA POR CIMA.” Todos realmente pararam olhando pra ela. Alguns com cara de “quê?” e outros com cara de “ela tá brincando”. O cara que tava no bilhete na mão, cujo nome desconheço, olhou o papel e viu que a data do jogo era de 27/03. O silêncio tava absurdo e só eu continuava rindo. Ele só disse bem baixo: é… é de hoje. Nesse momento, parei de rir, porque as expressões de felicidade mudaram para expressões de ‘vou te matar’. Corri… corri tanto que nem quando eu estive com a maior caganeira do mundo eu consegui chegar tão rápido ao banheiro. Me tranquei por lá ao som de “estagiário filho da puta”, vou te matar, desgraçado” e “vou comer teu cu aqui mesmo”. Essa última foi do peladão, hahahaha.

Eu realmente tinha conseguido o feito de deixar aquelas pessoas com corações vazios, cheios de nada, se sentirem feliz uma vez na vida. Deveriam me dar uma medalha por eu conseguir aquele feito inédito. Mas não… só tentaram me linxar e colocaram um carimbo gigante na minha carteira de trabalho de demissão por justa causa. Belos companheiros!

Pelo menos levei mais 8 neguinho comigo, hahahahaa. Quem manda serem mal educados com o chefe. Eu não tive culpa alguma na demissão deles. Pena que agora eles me juraram de morte, hahahaha… tô rindo de nervoso. Falei aqui em casa que fui demitido por corte de verba (consegui justificar dizendo que mandaram mais 8 embora, rs) e que as ligações que tenho recebido são meus amigos da faculdade passando trote, hehehehe. Eu supero isso vivão e vivendo, tenho certeza.

É, amigos, descobri com isso que não se pode brincar em serviço mesmo.

:/

Nunca queiram descobrir como vocês nasceram. NUNCA!

A preguiça bateu forte aqui e eu vou escrever um post de junho praticamente em agosto. Mas faz parte (da minha preguiça, claro).

Festa Junina. Quentão. Vinho quente. Paçoca. Teta de Nega (gente?). Milho cozido. Milho verde. Milho. Bolo de fubá. Bolo de cenoura. Mais paçoca. Mais bolo. Mais quentão e vinho quente. Basicamente, quando você pede um prato de doce ou salgado pros convidados trazerem, a imaginação deles é tanta que não vai além dos alimentos aí citados.

Eu, particularmente, acho a melhor festa do ano, passando fácil o Carnaval, o Natal e o Ano Novo. Não é nem pelo traje, mas pela sensação de felicidade das pessoas. No Natal geralmente alguém esquece de comprar o presente de alguém, no Ano Novo é sempre a mesma queima de fogos e no Carnaval você não tem memória o suficiente pra lembrar do que fez. A Festa Junina tem um significado diferente. É uma alegria pura, bonita, alegre… até as verdades de quem você nunca viu bêbado na vida começarem a sair. Meus amigos, se vocês querem que uma festa seja boa, não dê bebida pra quem você não sabe do que é capaz. Pode ser até aquela sua vizinha que é sua vizinha desde que você nasceu e tem quase 80 anos. Não dê nada. Mande-a comer paçoca, sei lá, mas bebida NUNCA!

A festa, que é algo que fazemos aqui em casa todo ano e reúne os familiares e amigos próximos, estava rolando como manda o figurino caipira: casamento, olha a chuva, a cobra e a formação da quadrilha, que é especialidade da casa (volta da cadeia tio dé e tio rico… saudades S2). Porém, como eu disse antes, uma coisa inesperada aconteceu. Minha vizinha estava mais pra lá do que pra cá com tanto quentão injetado nas veias que resolveu se pronunciar. E pra quê eu fui dar trela? Eu, achando tudo muito engraçado, resolvi incentivar ela a falar bobagens. Descobri que o filho dela curte usar calcinha, que a filha tem mania por grudar chiclete no cabelo (?), que o marido já não comparece há uns 12 anos e que eu fui concebido na casa dela. PERAAAAAAÍ! QUÊ? Como assim? Explica direito isso, caraio! Ela entre um soluço e outro de bêbada contou a história toda. Diós, por que eu fui querer saber como eu nasci? Eu poderia morrer sem saber que eu ia ser uma pessoa extremamente feliz. Talvez isso explique porque essas merdas só acontecem comigo…

Era uma Festa Junina na casa dela em 1986. Meus pais já tinham duas filhas de 4 e 5 anos e as deixaram em casa dormindo e foram pra festa, que, naquela época, ia muito além do quentão e do vinho quente. Você acha que com as ideias atuais dos seus pais eles eram conservadores na sua juventude… tá bom! Meus pais eram locaços da cachuleta, pelo que descobri 🙁 . Segundo relatos da minha vizinha, o bicho começou a esquentar quando eles vieram com um funil e aquelas mangueiras pra dar canjbrina de boca em boca. Meus pais, totalmente responsáveis (adeptos do se beber não dirija, pois somos vizinhos de parede), mataram uma garrafa inteirinha. O que esperar de um casal caliente desses? Ela me contou mais detalhes, que obviamente vou omitir aqui para que eu não tenha que ler sempre isso no blog, mas eles foram para o quarto dela em um determinado momento da festa. Depois dessa farra toda, vou deixar vocês adivinharem em que mês eu nasci, hein. 1, 2, 3, valeeeendo…

Descobri que além de não ter sido planejado, não era querido, nunca fui bem-vindo, ninguém me ama e ninguém me quer. Ou seja, fui um erro para essa sociedade e só estou aqui a passeio mesmo. Se eu fosse vocês tomava cuidado, porque pessoas assim são perigosas. Desde a barriga eu comi o pão que o diabo amassou e que minha mãe digeriu. Fiquei triste, porque desde 1987 estou tomando no cu e tudo só fez sentido agora. O bom é que levo tudo na esportiva. Tô quase indo pras Olimpíadas por tanta esportividade. 🙁

Saudade do pai e da mai ~ GUILTY

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Vida sofrida

Pra todo mundo que acha que eu sou um playboy que nasceu em berço de ouro, não tem a menor ideia do que passei nessa vida de meu deus. Eu não tive que cortar cana, carpir mato ou plantar bananeira porque eu moro na cidade. Se eu morasse no campo, pode ter certeza que eu seria o responsável por pegar a merda do cavalo.

Pra começar, nunca tive emprego fixo, trabalho fixo ou remuneração fixa. Curto ser nômade, andar por aí, conhecer novas pessoas… NÃÃÃÃO! Eu não curto nada disso. Só queria um mísero emprego fixo, com carteira assinada pra eu mostrar pra minha vó e dizer: “Tá vendo, Vó, trabalho no Programa do Gugu”. Como ela mal sabe ler e não tem ideia de que merda alguém faz em publicidade, é mais fácil dizer isso, porque ela é hiper fã do Loirinho e vai sentir orgulho de mim, garantindo meus R$30 reais de presente no Natal.

Mas como a situação tá difícil e ninguém tá afim de dar um emprego, então tô nem aí. Vou continuar acordando tarde, mesmo sendo um dos caras mais trabalhadores e batalhadores desse Brasil.

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Minha carreira profissional começou logo cedo. Tinha um ótimo perfil empreendedor e pensava em ficar rico a curto prazo. Logo no meu primeiro emprego, fui boicotado por uma senhora que acabou com todas as  minhas aspirações: minha mãe.

Eu gostava muito de tomar gelinho (geladinho, sacolé ou outros nomes que não sei), até porque é mais rápido, é mais jovem mesmo. Sem contar que era baratinho. Na época, custava 15 centavos os feitos com suco natural. Muito bons. Sem contar os gelões, que pareciam uma pica grossa e eram vendidos por  apenas 25 centavos. Isso soou gay, relevem.

Pois bem. Diante do impasse de tomar muitos gelinhos, decidi produzir minha própria série para tomar, vender e ganhar uma grana. Comprava altos Ki-sucos (Tang? HAHAHA. Tang era o triplo do preço de um Ki-suco e eu, com pensamento voltado a negócios, queria maximizar meus lucros) para fazer os meus. Uva, Graviola, Framboesa, Morango… em média, 1 litro de ki-suco fazia 15 gelinhos. Como queria desbancar a concorrência, vendia meus gelinhos a 10 centavos, logo, 15 gelinhos a 10 centavos, iriam me render R$1,50 bruto. Tirando os 30 centavos do suco, minha mão de obra, luz, água, açúcar, os gelinhos que meu pai pegava… acho que dava pra ganhar uns 50 centavos a cada 15 feitos. Super grana. Dava pra comprar três mini-raias (pipa).

Como bom comunicador desde pequeno, coloquei uma plaquinha no portão anunciando que eu tinha entrado no ramo. Não demorou pra todos os meus vizinhos virem comprar e contraírem dívidas de 40 centavos, 60 centavos, o que me deixava extremamente puto. Porém, o que me deixou mais puto foi minha mãe. Ela ficou com vergonha da minha atitude empreendedora e arrancou minha plaquinha: “Para de ser besta. Dá todos esses gelinhos, não vai vender pra ninguém”. E saiu distribuindo pra quem quer que fosse minhas obras-primas-alimentícias. Noooooooossa. Sou um cara de muito bom coração, senão eu JAMAIS teria perdoado essa atitude dela.

Ok, mãe. Não quer que eu seja vendedor de gelinho, uma profissão honesta,  digna, então vou fazer uns bicos na Páscoa. Pra vocês terem uma ideia, me tornei o maior responsável pelo faturamento de uma senhora que fazia Ovos de Páscoa. E qual era meu cargo? Vendedor de rifas. Em troca do meu trabalho, ela me dava um ovo igual ao que estava sendo rifado. Bem legal. Juro que conseguia vender 5 rifas de 100 números em uma semana. Eu era pequeno, “inocente” e todo mundo comprava. Uma pena que eles nunca souberam que eu era o maior fraudador da história das rifas.  Conseguia fazer um esquema com a luminária que eu via o nome de quem ia ganhar antes. Em troca desse nome, oferecia a uma pessoa X por um preço mais elevado. Negócios são negócios. E criança quer sempre comprar algo útil, tipo… mais pipas.

rifa 2Tive esse emprego temporário por uns 6 anos. Como eu mal ganhava Ovo de Páscoa dos meus pais/parentes, consegui alimentar minha família nesse período.

Já mais crescido, decidi que iria trabalhar com o que eu gostava de verdade: pipas. Eu gostava muito de empinar pipa (ainda gosto) e queria fazer os meus pra não ter que gastar comprando novos. Fui contratado no Cel Pipas pra fechar MINI-RAIAS, que são menores que as raias.

celO pagamento variava de acordo com a produção. Para cada raião fechado, ele pagava 3 centavos e meio. Para cada raia fechada, ele pagava 2 centavos e meio. Já eu, um escravo cambojano, fechava as porras das MINI-RAIAS… e ganhava 1 centavo e meio por cada fechamento.

Eu já sabia fazer, tanto que achei que seria fácil. Fiz 600 pipas em 5 dias e pedi as contas, porque empinar pipa era bem mais legal do que fazê-las. Saldo final: 9 reais em uma semana e um sorriso de orelha a orelha por poder comprar todos os pipas que eu mesmo fiz. Tudo bichado, penso, torto, mas beleza, hehehe.

No ano seguinte, me arrisquei na pior profissão do mundo: ser estoquista na Handbook do shopping Center Norte (SP). Acho que não há algo pior e mais humilhante do que ficar procurando roupas para um bando de imbecis, só porque você ainda não tem 18 anos e não pode ser vendedor. Que desgraça. Trabalhava das OITO da manhã até as DUAS da manhã em regime semiaberto no período do Natal. Até os presos veem sua família no Natal… só eu que não comi peru porque tava trabalhando. Puta vida miserável. Ainda bem que era temporário, porque eu não ia aguentar mais de 1 mês naquele inferno.

Passado as babaquices infantis de tentar conseguir dinheiro para ir a domingueiras e matinês, entrei na faculdade e me conscientizei que dali pra frente só arrumaria trabalhos fixos. Quisera eu. O primeiro que arrumei foi um freelance para um bando de universitários de uma faculdadezinha meia boca para fazer direção de arte pro trabalho de conclusão de curso deles. Totalmente estressante, porque os animais não sabiam a diferença entre Pantone e CMYK.

Seguindo a linha, virei estagiário numa das melhores agências de São Paulo e consegui remuneração fixa por vários meses. Ufa! Até que enfim. Ganhar VR  (vale-refeição) mensalmente parece um presente divino. Eu economizava muito no almoço para levar minha namorada pra ir jantar no final de semana com o santo VR.  Salário de estagiário é triste. Nunca que eu ia conseguir bancar alguma coisa sem meu amado, idolatrado, lindo e fofuxo VR. Já que você pensou nisso, pobre é tua mãe.

Em paralelo à faculdade e aos estágios, criei 700 comunidades do Orkut que não me serviram pra bosta nenhuma, porque me recusei a ganhar dinheiro com propaganda pra não deixar “visualmente feio o layout”. Como sou imbecil. Muito imbecil.

Desisti de criar comunidades e passei a criar frases pra concursos culturais pela internet. Ganhei algumas coisinhas e consegui me sustentar com um prêmio que vendi.

Hoje sou considerado blogueiro. Cheguei ao fundo do poço.

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Dossiê Manoel Carlos

Como todos devem saber, em poucos dias você será agraciado com mais uma tortura televisiva produzida pelo grande (ai!) Manoel Carlos. Sim, sim, sim, amigos, agora em setembro começará a mais nova novela dele: Viver a Vida.

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Um título lindo, porque a vida é linda, não é mesmo, minha gente? O Leblon é lindo, ser rico é lindo, todo mundo é lindo. Segundo o autor, ele não procura retratar a realidade das pessoas, mas algo muito verossímil (HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA) à ela.

Mas, para o espanto geral da nação, a nova trama não se passará totalmente no Leblon (todos choram). Será em Búzios, nova inspiração (ai!) do autor. Mas, pra quem ficou triste com a linha de cima, é ÓBVIO que o Leblon servirá para fugir da rotina de Búzios (todos comemoram).

Como todos sabem, tudo acontece no Leblon. A Helena é sempre um porre que tomanocu a novela inteira e no último capítulo tem um final feliz. Aliás, nunca perca o último capítulo, porque é sempre onde 10 dos 11 casais da novela se casam. Porque o casal gay não se casa. É contra a moral e os bons costumes do brasileiro, né?

Enfim, segue uma lista do que o grandioso escritor Maneco (sou íntimo, ok?) possa ter esquecido nessa nova novela. Sabemos que uma coisa ele já esqueceu (alzheimer): Regina Duarte como protagonista.

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Se eu escrever muitas vezes a palavra “realidade”, não ligue. Só quero enfatizar o que o autor chama de real.

1. Helena: isso ele não esquece. Pobre, Regina Duarte, desempregada há tanto tempo e nem o Manoel Carlos quis dar outra chance pra essa brilhante atriz. Uma pena.

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2. Duas primeiras semana da novela em algum país da Europa: é sempre assim. Mostram a boa vida de pessoas que não têm mais nada pra fazer e estão lá a passeio. Um porre, porque aparecem ceninhas mela-cueca bem ao estilo novela mexicana. Passeios no Louvre, felicidade radiante, preocupação ZERO. Ah, claro, todos os brasileiros olham pra isso e pensam: “Sou eu retratado ali”. Claro.

3. Abertura da novela de Tom Jobim: Bossa Nova foi uma das piores contribuições musicais à história da música mundial. Mas essa é realidade musical brasileira, segundo Manoel Carlos. É a música que toca em todos os carros dos LEKS que passam nas ruas com o som no último volume: Garota de Ipanema no Pancadão. É triste pensar que falar mal de Bossa Nova seja heresia na moralista sociedade brasileira: “É a cultura brasileira. Falar mal da Bossa Nova é um ultraje a todos os brasileiros. Inaceitável.” Tá, senta ali, Cláudia. É um estilo de música que é feita pra dormir, pra tocar em dentista enquanto ele extrai um dente seu, em salas de espera, antes de ser eletrocutado na cadeira elétrica…

4. Um país chamado Leblon: O Leblon é o mundo. Manoel Carlos entende tanto de Brasil como a Glória Perez entende de cultura estrangeira. Lá é o paraíso. Todos acordam bem humorados, tomam aquele café especial, nunca há nuvens no céu, o Sol está sempre radiante… perfeito para ir pra praia numa quarta-feira.

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5. Ninguém trabalha: Recheado de madames e dondocas, o legal é viver a vida na high-society, falar mal dos outros e trair o marido. E, claro, andar no calçadão. O núcleo trabalhador não precisa ir muito longe não. Geralmente eles têm uma livraria, um restaurante, um barzinho cult, uma galeria de arte… todos os lugares onde o Maneco possa introduzir a trilha sonora de Bossa Nova ao fundo sem que pareça estranho. No Leblon.

6. Empregadas sempre uniformizadas, estereotipadas e intrometidas: eu sempre peço pra a mulher que vem limpar aqui em casa por um uniforme. O que meus convidados acharão se ela estiver com uma roupa qualquer? Que ela é de casa? Bem-vindo ao mundo mágico de Manoel Carlos. Sem contar que todas elas têm o mesmo estereótipo: são nordestinas ou negras e adoram dar pitacos na vida da patroa.

7. Doutor Moretti: tem que ter um núclero médico na novela. O doutor Moretti ou é o médico da família ou é o médico-chefe ho hospital.

8. Presença em todos os capítulos de Diálogos Macabéicos Infundamentados:

Helena: Vamos tomar água de coco na praia?

Alice: Não posso, hoje vou no Hermes, meu cabeleireiro.

Helena: Hoje vou ao show do Roberto Carlos também.

Alice: Mas o trânsito está caótico. Preciso ir na quitanda.

Helena: Ah, eu gosto de tomates, principalmente quando estão vermelhinhos.

Alice: É verdade. Caótico. Até mais, amiga.

9. Bons livros, bons vinhos, boa comida, boa música: os atores são apreciadores natos da boa vida. Não curtem churrasco na laje com cadeiras de plástico e espetinho de gato. O máximo de pobreza que a novela chega é quando a empregada vai “siacabar” num pagode.

10. Criança insuportável: um jovem ator mirim que acaba com o futuro de sua carreira ao atuar em uma novela de Manoel Carlos. São irritantemente insuportáveis e não conseguem outros papéis.

11. Passeatas de ricaços pelo fim da violência ou de qualquer tema que esteja sendo abordado na novela: COMOVENTE.

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12. Dica cultural “despretensiosa”:

Helena: Betina, vamos passear no calçadão?

Betina: Não, não posso. Hoje vou comprar os ingressos para o espetáculo Hairspray, aqui mesmo no Leblon. Dizem que é ótimo. Quer que eu compre pra você?

Helena: Claro, amiga. Vamos juntas. Estou empolgadíssima.

13. Gêmeos: tara de Manoel Carlos. O RedTube revelou dados dos usuários e o IP do Manoel Carlos era o líder na busca por “hot twins” lá. Eu, hein.

14. Galãs que são passados pra trás pelo grande pegador José Mayer: não importa se o cara é o Rodrigo Santoro, o Reynaldo Giannechini ou o Rodrigo Hilbert. O José Mayer vai traçar no mínimo 5 mulheres gostosonas na novela e os bonitões vão ficar chupando o dedo ou vão ser obrigados a pegar a filha do Manoel Carlos.

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15. Depoimentos reais de problemas sociais com tentativa de lição de moral: a novela para, os atores somem e aparece um depoimento de uma tiazinha que acordou toda babada ouvindo Côncavos e Convexos do Roberto Carlos. Em seguida, ela conta o problema pessoal dela, que, claro, está sendo retratado pela novela. Ô, dó. Nunca surtiu efeito em ninguém.

16. Casal gay: os únicos que não se casam no último capítulo da novela.

17. Vou viajar pro exterior, quero comprar uma BMW, quero comprar uma casa em Búzios: tudo isso é feito em questão de segundos. Compram as coisas como se tivessem comprando um chiclete na padaria.

18. Atrizes que fazem papéis de insuportáveis e são confundidas com vilãs: nas novelas dele não existe vilã ou vilão. Quem chega mais perto são as que pegam o marido das outras. Condenável.

Aí, depois de tudo isso, você diz: mas eu não assisto novela, então, dane-se ele. Realmente, eu também não assisto, mas é novela… sua mãe não perde um capítulo. Você, quando menos espera, senta pra jantar na sala, assiste um mísero capítulo e já sabe de tudo que tá acontecendo na trama super genial desse sensacional autor.

Dia 14 começa a tortura, hein. ARE BABA, rs!

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Como ferrar com o feriado do seu amigo

Eu juro que sou santo, que não faço as coisas por maldade. Sou considerado o bom garoto, que toda mãe sonha em ter como genro, hahahaha. Essa eu inventei pra me autopromover.

Pois bem… certo feriado, viajamos de galera para a praia, na casa de um amigo. E sempre quando rola alguma viagem de galera, por mais que a pessoa já tenha passado dos seus 20 e poucos anos, ainda teima em passar pasta de dente na sua cara enquanto você dorme, acabar com seu desodorante despejando tudo por baixo da porta ou pela fechadura pra te acordar, jogar suas coisas na piscina… pois é, amigos sem noção ainda fazem esses tipos de coisa. E esse amigo tem nome, que será preservado para eu não sofrer retaliações futuras.

No primeiro dia do feriado, saímos à noite para ir tomar um açaí. Tudo muito bom, tudo muito bem, até que uma hora esse amigo, que a partir de agora chamarei de Pedro, encontrou um grande amigo de infância na mesa ao lado. Saiu de nossa mesa e, como estávamos putos com suas encheções, decidimos bolar um plano maligno para zoá-lo.

– E aí, que que a gente vai fazer?, perguntou Norberto (nome fictício… e bem fictício MESMO. Por um acaso alguém tem algum amigo com esse nome? hahahaha não, né).

– Que tal se a gente tirar o shampoo dele e colocar BLONDOR (usado para clarear o cabelo)?, respondeu Malaquias (vai vendo os nomes fictícios, vai vendo hahaha)

– Mas aí precisaria de Sol para secar e talvez não desse muito certo. Por que a gente não coloca laxante na bebida dele?, perguntei.

Os olhos de todos sentados à mesa brilharam. Puta merda, laxante era uma ideia fenomenal. Como ninguém tinha pensado nisso há 15 anos quando nos tornamos amigo do figuraça na primeira série do ensino fundamental? hahahaha.

– Tá. Então a gente precisa passar na farmácia, disse Joana (chega, não vou mais falar que todos os nomes serão fictícios, ok? hehehe).

– Ok, finja que você está com cólica que aí a gente fala que vai ter que parar, respondi.

Ótimo, que plano perfeito. Que audácia. Nunca nos sentimos tão maldosos assim, hehehe.

Quando ele voltou pra mesa, umas 2 horas depois, já tava na hora de ir embora. Pagamos a conta e, como combinado, paramos na farmácia. Óbvio que o Pedro (o que será zoado) reclamou disso.

Desceram Malaquias e Joana e foram comprar o laxante para a brincadeirinha inocente que faríamos com o Pedro no dia seguinte. Quando eles chegaram à farmácia, havia dois tipos de laxante: o óleo para os rins e o laxante tradicional. Optamos pelo laxante, claro. O óleo para rins era muito mais caro.

Ah, e claro que fizemos tudo de um modo seguro. Obviamente que perguntamos ao farmacêutico quantos comprimidos deveriam ser comprados para fazer cagar sem problemas. Ele respondeu que 1 era meio fraco, mas que 2 daria um resultado excelente. Compramos 5.

De posse dos comprimidos e com risadinhas toda vez que nos entreolhávamos, fomos pra casa dormir. No dia seguinte, acordamos cedo, fomos pra praia e voltamos para fazer um churrasquinho. Com o Pedro, nosso churrasqueiro oficial, ocupado, poderíamos moer os comprimidos e despejar na bebida dele. E foi isso que, de fato, aconteceu. Enquanto ele fazia o churrasco, pegamos a cerveja, sem que ele notasse, e colocamos os comprimidos. Entre uma carne e outra que ele virava na churrasqueira, um passava e dava uma mexidinha na cerveja, hehehe. Só pra não correr o perigo de não fazer efeito. Ele é grande, vai que não dá certo, né. Só pra garantir, hahaha.

Bom, o farmacêutico disse que em até 8 horas o remédio faz efeito. Nossa, nem precisou disso. Saímos para jogar um futebolzinho de tarde na praia e, quando estávamos chegando, ele parou no meio da rua e gritou: PUUUUUUUUTZZZ, preciso cagar.

Rindo que nem uns féladaputas pelo acontecido, falamos: ah, pára com isso, cagão, vamos jogar bola logo. E fomos… há mais de 1km de distância, só pra sacanear, hahaha.

Começamos a jogar e num deu nem um minuto pra ele parar. Ele foi em uma dividida e fez uma abertura nas pernas em que você sente que o cara se cagou todo, hahaha. Foi instantâneo: “Ô, entra aí no meu lugar… não tá dando mais pra jogar”. Óbvio que ríamos muito sem que ele desconfiasse de nada, pois, dar caganeira, às vezes, é normal pra qualquer um.

Ele não aguentou nem 1 minuto sentado e foi embora, com nossos gritos de CAGÃO, TANGA FROUXA, BORRADO, etc. Jogamos mais um pouco e voltamos para o apartamento para ver se ele ainda estava por lá entalado. Mas nem tava.

Anoiteceu e saímos para uma pizzaria. Ah, esqueci de mencionar que todos nós estávamos em casal, exceto ele. Lá na pizzaria ele ia encontrar a menina que ele tava dando uns beijos há umas semanas e não poderia fazer feio. E, caras, a menina era realmente bonita. Talvez uma das melhores que ele já pegou na carreira dele. Coitado… hahahahaha!

Enquanto comíamos, ele apenas juntava as mãos na cabeça, como que rezando e suando frio. Sério, dava pra ver as gotas na cabeça dele se formando. Novamente: coitado… hahahaha. Ele não aguentou e foi ao banheiro, mas voltou rapidinho.

– E aí, que que aconteceu?, perguntou Malaquias (tô arrependido de ter criado um nome fictício tão bizarro hahaha)

– Cara, não tem como cagar nesse banheiro. A privada NÃO TEM PORTA. Quem tá mijando consegue ver quem tá cagando.

Quando ele falou isso, minhas bochechas já doíam de tanto que eu estava rindo. E quem chegou nesse momento? Sua peguete de 1 semana, o encontrando suado e em situação crítica. Pô, ele estragou nossa pizzada e não estava aguentando mais e até falou pra peguete: “Vamos pra um barzinho, a gente já tava indo embora mesmo”. Nem estávamos. FDP.

Pagamos a conta e entramos no carro. Ele implorava: PELAMORDEDEUS, a gente precisa passar em casa. Obviamente que fazíamos um joguinho de NÃO, NÃO VAMOS PASSAR, PARA DE CHORAR. Ele suplicou. Coitado, hahahaha. Voltamos pro apartamento. Ele pegou a chave e subiu correndo, desesperado. Subimos atrás e colamos o ouvido na porta para escutar. CAAAAAARA, ele abortou alguém ali na privada, não era possível. O barulho era sem parar… MESMO.

Ele falou que estava aliviado e fomos para o barzinho. Chegamos lá e já voltamos, porque era tarde e estava cheio. Ninguém queria realmente sair. Queríamos era ter comido mais pizza, mas o puto do cagão tinha que ir embora. Ferrou com nosso rolê e acabou nem encontrando com sua peguete, hehehe.

Quando chegamos em casa, ficamos lá jogando Poker durante à noite e ele foi sozinho pro apartamento da vizinha, porque tava tendo uma festinha por lá. Jogamos, jogamos, jogamos e, quase duas da manhã, todos foram dormir. Só eu e o Norberto ficamos acordados jogando Winning Eleven. Lá pelas 4 da manhã, Pedro abriu a porta do apartamento e foi procurar por alguém acordado.Vi ele e falei:

– E aí, Pedrão, acabou a festa lá?

– Não, não… só vim dar uma cagadinha.

Não sabemos o que se passou nos outros dias, porque voltamos pra São Paulo. O mais engraçado de tudo isso é que até hoje não contamos nada pra ele. E essa história já tem 2 anos, hahaha. Hoje, toda vez que falamos de problemas intestinais nos nossos jantares, lembramos disso e rimos pra cacete. Sem que ele saiba, claro. Aliás, será que ele vai ler isso? Ele nunca lê meu blog… acho. Merda, como faz pra apagar?

apagar

Entupi a privada da casa da minha namorada

Antes de mais nada queria dizer que esse texto é verdadeiro e sério. Obrigado!

To de férias, curtindo o pancadão aqui e resolvo passar o final de semana na casa da minha namorada. Pensei “Vou na sexta e volto no domingo. Nem vou precisar defecar na casa dela”. Defecar fora de casa é uma das minhas maiores dificuldades em vida. Mas OK, eu tava tranqüilão. Vou descrever um pouco da minha alimentação no final de semana.

Sexta – fui no cinema e comi pipoca pra dedéu. Cheguei na casa dela e mandei belos 4 pedaços de pizza.

Sabadão – tinha formatura da mãe dela. É… isso mesmo. Essas formaturas que você come, come, come, se entope de salgadinho e depois manda brasa naquele jantar suculento e quentinho. Me esbaldei até dizer chega e comecei a sentir uns revertrôncios no estômago. Até aí eu tava suave, me segurando pra não dar aqueles peidinhos que resultam em caganeira.

Domingo – fomos naquele por quilo que justificam o nome e você come 1 quilo de comida mesmo. Nossa! Era yakissoba, peixe assado, peixe frito, peixe cru, arroz, batata, acelga (hehehe, isso é mentira, mas deixa minha mãe ler isso… ela vai ficar feliz). Ok, devo ter engordado uns 2 quilos só nesse almoço.

Após comer tudo isso no final de semana, pensei: “Puxa, vou voltar pra casa hoje e carimbar a cerâmica, hehehe”. Mããããs, algo de inesperado aconteceu. Minha namorada chegou pra mim no domingão à noite e disse: “Fica aqui até quarta, vai. É feriado, daí a gente volta junto”. Puuuuuuuuuuuutz… eu tava num estado de calamidade pública com meu estômago. Eu não ia no banheiro desde quinta e, se eu segurasse até quarta, iria bater o recorde mundial em cocô preso e talvez fosse parar no Guiness.

Segurei, segurei, segurei e, na segunda à noite, quando ela e a mãe dela já estavam dormindo, fui ao banheiro. Nossa! 3 vezes NOSSA! Que alívio. Saiu um toroço monumental de mim. Se homem pudesse engravidar, creio que eu teria acabado de abortar um feto ali. Não é muito legal ficar descrevendo como é o cocô, mas é muito importante para o texto ressaltar o tamanho dele: ERA GIGANTE!

Depois da bonança, veio a tempestade. O inesperado do inesperado aconteceu. Me limpei e apertei pra dar descarga… QUEM DISSE QUE AQUELA MERDA QUERIA DESCER??????? Apertei uma vez e aquele submarino marrom nem se mexeu. Apertei pela segunda vez com mais força. Ele só deu uma mexidinha e ficou parecido com um iceberg. Só tava com uma pontinha pra fora e o resto tava tudo submerso. Comecei a suar e rir sozinho dessa catástrofe. Se eu desse mais descarga, com certeza elas iriam acordar pra ver se eu não tava querendo fugir pela privada ou iriam perguntar o que tava acontecendo comigo lá. Óbvio que eu ia ficar muito envergonhado e não ia saber o que dizer. Meu namoro é recente. A gente ainda nem peida debaixo das cobertas ou arrota um na cara do outro. Imagina chegar pra ela e pra mãe dela e falar: “OI, ENTUPI A PRIVADA. SOU UM MONSTRO CAGANDO! WUARRGH!” Sério, ela ia sentir um nojo enorme de mim e a mãe dela ia me odiar pra sempre.

Parei de dar descarga, lavei a mão e deixei o toroço lá na privada. Sem saber o que fazer, resolvi mandar um SMS pra minha irmã. Procurei lá na lista o nome dela e mandei: “ME AJUDA, URGENTE. CAGUEI UM MONSTRO AQUI NO BANHEIRO E ENTUPI A PRIVADA. O QUE EU FAÇO?”. Poucos minutos se passaram e recebi uma mensagem de volta: “QUEEE? SEU CAGÃO! VOU ESPALHAR PRA FACULDADE TODA ISSO, HAHAHA”. Não entendi naquele momento o porquê da mensagem, mas parei pra pensar e percebi que tinha aumentado ainda mais minha cagada (agora no sentido figurado). Como chamo minha irmã de “Mari”, fui logo no Mari pra mandar a mensagem. Uma pena que o nome da minha irmã na agenda do celular tava marcado como Mariana. A Mari que eu mandei era a da faculdade. Tô bem constrangido com tal situação. Além de lacrar a privada da casa da minha namorada, ia ficar com fama de cagão na faculdade também. Ok, ficar com fama de cagão perante os amigos eu nem ligo tanto. O que eu precisava mesmo era resolver aquela situação embaraçosa.

Deitei na cama e fiquei matutando qual seria a melhor saída pra resolver aquilo. Nem demorou e eu tive a brilhante idéia de por meu celular pra despertar às 4 da manhã. Eu acordaria, fingiria que iria mijar e só ficava apertando a descarga até descer o moreno privada abaixo.

Piiiii… 4 da manhã. Levantei, entrei no banheiro e fui direto dar aquele conferes na bosta. Tava intacto. Apertei a descarga novamente, só que dessa vez com a maior raiva do mundo. NADA! Fui até meu quarto, peguei um papelzinho e escrevi “AMOR, DESCULPA POR ESSE PRESENTE SURPRESA AQUI NA PRIVADA, MAS NÃO CONTA NADA PRA SUA MÃE, PELAMORDEDEUS”. Joguei o papel em cima da merda e abaixei a tampa. Assim eu amenizaria aquela situação constrangedora.

Como ela iria acordar antes de mim, fui até o quarto dela pra avisar. Com a maior vergonha do mundo, acordei-a e contei que tinha uma surpresinha quando ela fosse ao banheiro. Ela, muito sonolenta, falou “Essas coisas acontecem” e voltou a dormir. “UFA”, pensei eu. “Ao menos ela foi compreensiva”. Voltei a dormir…

Quando eram 9 da manhã, sinto minha namorada me chacoalhando: “B…, B… acorda! Eu e minha mãe não conseguimos nem com mil baldes de água fazer aquele toroço descer. Acho que vai ter que comprar aqueles desentupidores”. Eu “VOCÊ CONTOU PRA SUA MÃE????????”. Fiquei roxo, vermelho, azul, arco-íris de vergonha. Levantei da cama e vi a mãe dela na porta do banheiro segurando um balde com aquele sorrisinho de “QUE GRANDE MERDA QUE VOCÊ FEZ, HEIN, SEU FILHO DA PUTA”.

A minha vontade era de pular na privada e pegar aquele cocô com a mão mesmo. Cocô filho da puta do cacete. Por que esse maldito só resolve sair com 30cm de comprimento logo quando a gente não quer? Sério. Que rrrrrrrrrrrrraiva!

Pra eliminá-lo de vez, só o desentupidor ajudou. Com custo, mas a bosta havia finalmente descido. Legal, vocês pensam. A história acabou. Pois é… isso porque não foram vocês que tiveram que ir num almoço da família dela no mesmo dia. O assunto do dia não poderia ser outro: “O cocô do namorado da L…”, “O gigantesco cocô do B…”, “Alien vs Predador”, RERERE.

Espero que essa história me renda boas risadas no futuro, porque até agora só fiquei puto com ela. Ontem (quarta) fui ao banheiro novamente. Sério, aquela privada é minúscula. SÓ PODE! Novamente a merda ficou entalada e de jeito nenhum ela desceria. Como não queria passar por mais uma vergonha pública, eu tava voltando pra casa mesmo e a mãe dela certamente reconheceria que a bosta pertenceria a mim, só deixei um bilhetinho dentro da privada: “JURO QUE NÃO FOI PROPOSITAL, MAS DEIXEI ESSA LEMBRANCINHA PRA LEMBRAR DE MIM, rs”.

Espero também que ela seja bem humorada… porque eu já perdi qualquer crédito com toda a família da minha namorada. :/

Cagar em banheiro coletivo

Vocês devem estar pensando “Poxa, o B! só escreve esses assuntos sórdidos e mórbidos”. Pra mim, tanto faz, porque não sei o que significa nenhuma dessas palavras, então não ligo pro que vocês pensam, hehehe.

Se eu pudesse resumir a ação de cagar em banheiros públicos a duas palavras, diria: NÃO DÁ. Não pela sujeira (no aperto qualquer coisa serve, até potinho (?)) ou pela falta de papel higiênico (meia pra quê?). Não dá porque não dá… essa é a justificativa. Você fica mais tenso do que quando recebe massagem de uma gorda russa. Mais com medo do que ver Jason na sexta-feira 27 (hoje, por exemplo… muito medo). Com o cu mais fechado e, consequentemente, com o cu mais sujo. Ou vocês nunca repararam que quando vocês fazem mais força é quando mais suja o espaço entre suas nádegas? HÉ!

Pra ilustrar um pouco mais a vida de quem é obrigado a cagar em banheiros públicos, preciso contar como é onde trabalho. O esquema de banheiros é o seguinte:

BANHEIRO DE COCÔ_________________________BANHEIRO DE XIXI

_______________________RECEPÇÃO____________________

Há um banheiro com só um mictório de um lado. Aí para ir para o de cocô, você precisa passar pela frente da recepção (ou por trás, mas mesmo assim, a recepcionista consegue te ver). Com certeza ela pensa “Olha só… mais um cagão! HE HE HE”. Pra ela não pensar isso de mim, adotei uma tática infalível. Vou até o banheiro de xixi, como se fosse um cara normal que vai mijar. Mexo na maçaneta, mas não abro. Aí resmungo alguma coisa e passo na frente dela falando “Que droga! Tem gente!”. Aí, o que ela vai pensar? “Pô, ele só queria mijar… mas vai ter que usar o outro banheiro”, hehehe. Muito boa essa. Tem a tática da escova de dente também, mas eu parei de utilizá-la. Só passar com a escova e a pasta de dente bem à mostra. Aí ela também vai pensar “Pô, ele só vai escovar os dentes”.

Mas OK. Recepcionista ludibriada pela minha tática. O problema agora é:

1. Cheguei e já tem gente cagando.

2. Cheguei, sentei e entrou alguém.

Para resolver o problema 1, é só sentar na privada (de calça mesmo) e ficar esperando o cagão sair. Você não vai querer que ele ouça sua bosta batendo na água ou aquele barulhinho de força que todo mundo faz. Não! O banheiro deveria ter um som alto ligado 24h por dia pra evitar esses constragimentos. Pode até ser músicas do Danilo Mirolho (BAIXEM), mas não.. burros que são ainda não inventaram isso.

Para resolver o problema 2, exigirá muito mais habilidade e autocontrole da sua parte. Se a pessoa que chegar só for dar uma mijadinha, dê pulos de alegria (melhor não, né, risos). Não há nada melhor do que gente que só vai pra mijar. Aí você contrai na hora que o cara entra, mas fica mais relaxadão depois. Se o cara resolver escovar os dentes, pássar fio dental, creminho, etc., FODEU. Ele vai ficar sentindo o cheiro de bosta e pensando “Que cagão filho de uma bela puta”. Na sua cabeça você fica pensando “Eu não quero sair nunca mais daquiiiii… vai que ele saiu e tá atrás da porta me esperando só pra zoar com a minha cara”. Torça pra que isso não aconteça.

Agora tem a situação 2.2, que é quando você já está cagando e entra outro cagão pra te ajudar a manter o ambiente agradável. Os dois estãos sentados. Nenhum mexe nem uma palha. O silêncio é tanto que dá até pra ouvir a barriga do cara roncando (sei lá se é a barriga mesmo, RSRSRS). Cagar que é bom… nada. Um só esperando o outro levantar. Fica aquele joguinho mental de “ele vai primeiro ou eu?”. Você já pode ter terminado seu cocô há horas, mas até alguém tomar coragem leva um belo de um tempo. Pronto. Um tomou coragem e deu descarga. A maior probabilidade de algo não acontecer no mundo estará nesse momento: em 100% dos casos, quando o cagão 1 dá descarga e sai da cabine para lavar a mão, o cagão 2 fica esperando por quanto tempo for até o cagão 1 sair em definitivo do banheiro. Não há exceção à essa regra. Ele nunca vai sair junto com você, acredite. É isso e ponto. 100% das vezes.

Cagou, limpou, saiu, agora é a vez de ludibriar a recepcionista de novo. Se você fez o esquema da maçaneta e demorou muito, molhe bastante o cabelo pra que ela pense que você estava arrumando sua juba. Se você fez o esquema da pasta de dente, deixe que uns respingos de água caia na sua camiseta na parte da cintura. Ela vai pensar que você se apoiou na pia ao escovar os dentes e se molhou. Ao chegar na sua mesa, diga que o ar puroestava muito bom lá fora. Ou volte mexendo no celular, rerere.

NINGUÉM VAI DESCONFIAR QUE VOCÊ FAZ COCÔ, ACREDITEM!