O dia que quase fiquei com ficha suja na polícia

Quando eu digo que tudo só acontece comigo, ninguém acredita. Ou acreditam, sei lá. Hoje, por exemplo, é um bom dia pra acreditar, porque agora sou procurado em 26 Estados e no Distriro Federal (coitado, por que todo mundo fala dele à parte?) por assalto a mão armada. Tá, é mentira, mas quase que fico com a ficha suja na polícia por um maldito relógio.

Hoje, como todos os dias dessa minha vida de camelo, peguei ônibus para voltar do trabalho. E todos sabem como são os ônibus às 18h em São Paulo. São lotados,  com a maior diversidade de pessoas em um só lugar e, consequentemente, a maior mistura de odores do planeta. Sério, se eu pudesse definir, diria que é inaguentável (se essa palavra que não existe entrar no dicionário, claro).

Entrei no busão já sendo esmagado por aquele bando de pessoas que não conseguem esperar pelo próximo que está por vir e tentei me arrumar em um canto qualquer. Eu suporto de tudo, menos ser encoxado. Puta, se tem algo que eu fico puto é quando algum viado quer passar por trás de mim de qualquer jeito, mesmo não tendo como.  Mas tudo bem, deveria ter só umas 78 pessoas de pé ali naquele momento, tava tranquilo.

Fiquei quase encostado em um cara que tava sentado e me esquivando ao máximo para não tocar nele. Ah, outra coisa que me deixa puto é quando estou sentado (ou seja… NUNCA) e alguém fica roçando suas partes baixas em qualquer parte do meu corpo. Sinceramente? Eu torço para que o pinto do cara caia naquele exato momento. Mas essa é a vida de cão de quem ainda não trabalhou o suficiente pra poder andar de carro blindado dirigido por motoristas particulares.

Bom, o cara que estava sentado, logo que cheguei, já me lançou olhares meio maliciosos. Eu entendi que era um olhar malicioso, porque várias gatas olham pra mim com aquele olhar. Tá, ninguém olha pra mim e o cara era gay. Tinha bem o estereótipo daqueles caras… gays. Roupa, cabelo, estilo… enfim, eu não tinha como sequer por o pé pro lado ou pisotearia a cabeça de uma criança. Além de todo aquele sufoco de ônibus cheio, eu tinha que aguentar mais esse puto me secando. “Tudo bem, Bruno. Você é tranquilo, tá tranquilo e isso é passageiro (sem trocadilhos, por favor)”, pensei eu.

Depois de 20 minutos naquele gingado do ônibus, percebi que ele não estava olhando pras minhas formas torneadas ou pro meu sorriso estonteante. Ele olhava somente pro meu relógio, um Bvlgari falsificado da 25 de março. Achei bem estranho, mas fazer o quê? Vai ver ele tem fixação por relógios, sei lá.

Mais uns minutos andando e um pessoal que tava na frente tava querendo descer e isso gerou um empurra-empurra. Isso é outra coisa que eu não entendo. Se alguém vai descer, por que, em um ônibus lotado, fica lá na frente até chegar o seu ponto? Por que não vai pro fundo, merda? Terceira coisa que me deixa puto em um ônibus. Finalmente, depois dessa pequena confusão, consegui voltar pra minha posição original e ficar perto do rapaz alegre.

Quando levantei a mão para segurar novamente, vi que o cara acompanhou todo meu movimento. Pior: notei que meu relógio não estava mais no meu pulso e que ele estava guardando alguma coisa na mala. Nossa, pensei “Puta merda, essa viado roubou meu relógio”. Mas aí repensei “Pô, mas que crédito se dá a um ladrão gay? Nenhum, né”. Dane-se. Aquele cara me roubou e eu ia pegar o relógio de volta a qualquer custo. Não paguei 25 reais à toa, hehehe.

Bolei um plano mental ótimo na minha cabeça pra conseguir o relógio em poucos segundos. Aquele cara ia ver o que é bom pra tosse (xarope? não! rs, piada sem graça). Fiquei ali esperando o povão descer em um ponto onde quase todos descem. Se ele descesse, daria uma de maníaco e iria atrás dele até onde ele fosse. Até na Parada Gay, eu iria, rs.. NÃO. Se ele ficasse, torceria absurdos pra pessoa do lado dele se levantar. E foi isso que aconteceu. Nem liguei que tinha uma velhinha com seus 105 anos de pé e sentei do lado do malandro. Pô, meu relógio era de marca e eu estava diante de um assaltante perigoso e diferenciado. Precisava salvar o dia.

Logo que sentei, dei uma olhada geral pelo ônibus e vi que ninguém estava olhando. Hora de agir, então. Saquei meu guarda-chuva da mala cuidadosamente. Coloquei na barriga dele, cheguei bem perto do ouvido dele e falei “Passa o relógio ou eu te mato aqui mesmo”. Ninguém desconfiou, porque do jeito que aquele cara me olhava, o pessoal jurava que um casal gay estava nascendo em um encontro no busão. Ó, que coisa maravilhosa.

Ele nem titubeou e colocou o relógio dentro da minha mala. Fechei minha mala e desci no ponto seguinte, achando que tinha feito o maior roubo de um roubo de uma coisa minha da história. Já tava até me vendo no Arquivo Confidencial do Faustão. Mas, quando abri a mala, não tinha nem um relógio Bvlgari lá. Tinha um Rolex só. Pensei “Puta que pariu. Esse cara deve roubar tantos relógios das pessoas e colocou qualquer um na minha mala.”

Quando olhei pra frente, vi o cara dando xilique e vindo em minha direção com um policial ao lado, gritando: “É ele, é ele, é ele. Pega ladrão! Pega ladrão!”. Ele tinha descido no ponto depois do meu e, por sorte (dele… e minha também), havia um carro da polícia passando pelo local.

Porra, eu não tava entendendo mais merda nenhuma naquela altura. O cara me assaltou e chamou a polícia por eu ter roubado meu próprio relógio dele? Que caraio! Juro, tava perdidaço. O policial saiu do carro, mandou que eu não me mexesse e pediu que eu o acompanhasse até a delegacia para prestar alguns esclarecimentos. Ótimo, pensei eu. Assim, poderei desmascarar o farsante, porque EU ia ser preso por assalto a mão armada e não ele.

Chegando na delegacia, quanta confusão. Dei meu depoimento dizendo que ele tinha roubado meu relógio e ele dizendo que eu havia roubado o dele. E, para os dois, foi isso que aconteceu mesmo. Foi quando os policiais nos colocaram frente a frente para debater. Perguntei porque ele olhava tanto pro relógio e ele disse que nunca tinha visto um tão solto em um pulso. Óbvio que ia deduzir que ele roubou, mas enquanto eu gesticulava para explicar que poderia ter sido outro pessoa então, senti algo descer do braço pra perto do cotovelo. Quando levantei a manga, vi meu relógio bonitinho e intacto. Puta meeeeeeeeeeeeerda… não me contive e caí na gargalhada na frente de todos. Eles, com cara de “VOCÊ VAI SER PRESO, FDP, EXPLIQUE-SE DIREITO”, ficaram me encarando.

Soluçando de tanto rir, disse que tinha sido um engano. E pra explicar isso? Falei: “Ok.. eu sei que tenho braço, pulso, perna finos HAHAHAHA e, na confusão, HAHAHAHA meu relógio deve ter subido e ficou parado até agora. HAHAHAHA Como ele não parava de olhar pro meu relógio, achei que ele tivesse roubado e por isso decidi assaltá-lo com um guarda-chuva HAHAHAHA para reaver minha perda.”

O delegado olhou, olhou, olhou… e caiu na gargalhada: “HAHAHA.. Você é muito burro. Acho que é o primeiro caso que vejo de um “ladrão” ser assaltado pela vítima. HAHAHAHA”. Olhei com cara de pouco caso, mas sorri pra não ser preso, né, hehehe.

Desfeito o mal entendido, devolvi o Rolex ORIGINAL NOVINHO do cara e fiquei com meu Bvlgari 25 de março. Acho que sou o primeiro “assaltante” liberado na história. Quer saber? Depois de hoje, nunca mais vou querer usar relógio de gente grande. Vou pedir pra minha priminha o relógio da Hello Kitty que é mais adaptável ao meu pulso mesmo e BOA!

Aplicativo do Orkut para o Twitter

Galera, trabalhei duro aqui esse tempo que fiquei sem postar e finalmente consegui fazer um aplicativo para ter o Orkut no Twitter. Agora, consigo ter os dois, sem sair da página do Twitter. Não é fantástico, minha gente?

Entrem no meu Twitter CLICANDO AQUI e vejam como é simples.

Uma pena que ainda não dê pra clicar nos depoimentos, mas fiquem ligados, pois com toda certeza aperfeiçoarei esse aplicativo.

Obrigado.

Parece que tudo só acontece comigo

Sério. Depois de entupir a privada da casa da minha namorada, de ter o pior dia da minha vida, de me engajar na luta contra a pirataria, fugir da gangue pré-mirim do meu bairro e de ser demitido por justa causa, fui assaltado pela primeira vez ontem.

O Universo está contra mim e disso eu não tenho dúvidas. Talvez seja melhor eu parar tudo que eu tô fazendo, me trancar em casa e ficar ouvindo umas músicas pra chorar, rs.

Estava eu voltando da faculdade, bonito, serelepe, alegre e faceiro, quando me dei conta que tinha esquecido o celular em casa. Óbvio que eu não conseguiria ligar do metrô pra alguém me buscar e mais óbvio ainda que eu teria que voltar de ônibus. Isso era umas 23h45. Ok, às vezes acontece isso mesmo. Desci do metrô e entrei na fila do ônibus pra esperar pelo maravilhoso coletivo que me levaria pra casa. Chega a dar medo ficar esperando na fila, porque, a essa hora, só meia dúzia de pessoas pegam ônibus ali. Mas nunca tive problemas antes. NUNCA TIVE… até ontem.

Um rapaz, que eu não posso admitir que seja da Telerj, entrou na fila atrás de mim. Nesse momento você olha sua sombra no chão e fica com vontade de fugir desesperado. Esperamos belos 10 minutos e nada do maldito ônibus chegar. Fiquei até relaxado depois desse tempo, porque o cara tinha cara de meliante, mas, pô, que assaltante espera 10 minutos pra agir? Faça-me o favor, né. É só chegar, assaltar e ir embora, né? Menos tensão pra todo mundo. Fiquei puto que ele não me assaltou logo de cara.

Aí, o bonitão resolve perguntar as horas. O bonitão, no caso, sou eu. Pensei: “se ele não vai me assaltar, não custa eu perguntar as horas”. Me ferrei aí. Depois, o cara ficou achando que era meu amigo de anos e mandou: “aê, você num tem 10 conto pra me emprestar?”. Olhei com cara de “ih, fodeu” e respondi: “pô, cara.. nem tenho”. E realmente eu não tinha nada. Tinha 5 reais na carteira, que era o dinheiro pra pegar o ônibus pra dois dias.

Logo veio a famosa frase: “Então passa tudo aí, playboy” e completou “Vai, vai, vai, dinheiro, celular… passa tudo”. Pois é. Eu tava com 5 conto na carteira, não tinha levado celular, não uso anéis, correntes, pulseiras… looogo, esse deve ter sido o pior roubo da história da carreira dele, hahahaha.

Abri minha carteira e dei os 5 reais pra ele e uma nota de 1 dólar que eu guardo na carteira desde pequeno. Meu pai disse que era o começo do meu primeiro milhão e agora posso justificar pra ele minha incompetência e consequente pobreza no futuro. Era tudo o que eu tinha. O cara pegou e saiu andando pra não levar suspeitas. Suspeitas não sei de quem, né? Na fila, tinham duas velhinhas que deveriam estar voltando do baile da saudade e uma tiazinha que deveria estar voltando da aula de hidroginástica. Ele poderia ter rapelado a galera, hahaha. Mas ele era frouxo. Só tô falando isso porque tô aqui atrás do PC… hahahaha na hora eu tava cagando de medo, mas mesmo assim tomei coragem e dei um grito: “Ô”. Só gritei “ô” mesmo, rs. Ele virou pra trás e eu disse: “cara, por favor, não tenho nada pra voltar, cara… por favor, me arruma um passe, por favor”. Ok, ‘passe’ nem existe mais em São Paulo. E quem fala tantos por favor assim? Mas na hora do desespero vale tudo, né, Gil?

Ele deu meia volta e foi tirando um Bilhete Único do bolso. Chegou pra mim e ainda por cima foi simpático: “Vai lá, moleque. Toma esse bilhete e vai pra casa”. Claro que esse bilhete ele deve ter roubado de alguém, mas eu não iria a pé pra casa nem fodendo. Pensei: “se tiver crédito já tô feliz, senão peço pra passar por baixo da catraca mesmo”.

Subi no ônibus, passei o bilhete na máquina e esperei um pouco pra ver quanto tinha de saldo. É essa a parte que vocês não sabem. Não é possível que depois de tudo que disse lá no começo eu mereceria mais uma injustiça dessa. Ser assaltado, demitido, etc… muito foda. Foi então que meus olhos brilharam quando o saldo apareceu. O Bilhete Único que o cara me deu tinha… (MOMENTOS DE TENSÃO)

.

.

.

.

.

R$318, 20. Hahahahahahahahahaha… sério. Foi me roubar e saiu roubado, hahahahaha. Certeza que o mané tava achando que não tinha nada no cartão e me deu. Se fode aí, troxa. Agora que sou rico, vou virar esnobe e fazer várias viagens. Tô pensando em ir pra Itaquera, Diadema, Osasco… que que vocês acham? Já adianto que dinheiro não é mais problema, hahahahaha, ladrão otário!

O pior dia da minha vida

Tô aqui pra contar a pior história da minha vida. Pior do que entupir vaso, fazer xixi na cama, vomitar dentro da camisa ou ETC… PIOR, muito pior.

Toda a história se passou em um único dia: o dia do aniversário de uma ex-peguete minha. Foi, disparado, o pior dia da minha vida. Sempre que eu lembro, me dá vontade de… virar um avestruz e sumir. Mentira. Mas eu não tenho boas lembranças, não. Acho que o ano foi em 2005.

Fui pra casa dela, por volta de umas 8:30 da noite, pra dar meus cumprimentos. Cheguei lá, toda aquela jovialidade, beijinhos pra cá, beijinhos pra lá, RERERE. Como não era minha namorada, nem fui na Diesel comprar uma calça de 1850 reais pra dar de presente, né. Fui na loja de doces mais próxima e comprei dois Suflair. Mulher é boba, né? Dei o chocolate e acredita que ela me agarrou, falou que eu era um fofo, o cara mais lindo do mundo só por isso? Já imaginou se eu desse a calça da Diesel? Hahahaha ai, gente, acho que eu teria um cartão vitalício exclusivo pra comê-la quando eu quisesse, hahahaha.

Ok, estávamos lá: os pais dela, ela e eu. Como ela não era uma menina que curtia festas, chamar a galera em casa e tal, os pais dela propuseram comprar pizzas pra nós 4 comermos. Pô, legal, eu realmente já estava com uma baita fome e só tinha almoçado um queijo quente. Ao invés de ligar pra pizzaria, os pais dela disseram que iriam até a pizzaria a pé. Tudo bem que a pizzaria ficava a duas quadras dali, mas GENTEEEEEE??????? Já inventaram telefone, motoboy e entrega grátis. Nem quis discutir nem nada, pois eu ficaria ali sozinho com ela por uma meia hora. Ótima escolha, velho. Vai lá, RERERERE. Otário, vou comer sua filha, RERERE.

Os pais delas saíram, mas, antes, a mãe dela tinha dito pra desligar a máquina de lavar dali a uns 20 minutos. Ok, coisa simples, VAMOS PRO FIGHT, GATA, rerere. E rápido, de preferência. Não deu outra: os pais dela bateram a porta e nós já comeceçamos a ficar nus. Beijinho pra lá, beijinho pra cá, o resto eu não vou contar, mas eu estava disposto, mesmo com o pouco tempo, a dar um aniversário memorável pra ela.

Thcuc-tchuc-tchuc-tchuc-tchuc-tchuc e piiiiiii… (gente, isso foi o barulho da máquina de lavar). Bela máquina de lavar corta-barato. Quase fodeu com tudo, caso eu não tivesse essa brilhante idéia que vou contar. Como estávamos fazendo certas coisitas e eu, pelo menos, não queria parar, propus que apostássemos uma corrida até a lavanderia e voltássemos correndo o mais rápido possível. Hahaha, fala se não era uma boa idéia? Sou muito malandro. Levantamos como Adão e Eva e corremos pela casa. Era meu sonho desde criança fazer isso. JURO! E lá estava eu, correndo na casa de uma ex-peguete.

Corremos pela sala, passamos pela cozinha e, quando abrimos a porta da lavanderia… SURPREEEEEEEEE…

Sério, depois dessa tentativa de falarem a palavra surpresa, consegui ouvir barulho de vacas mugindo a milhões de quilômetros de distância. Juro, ficou um silêncio absurdo. Eu lá, com o peruzão erguido e ela com a República Tcheca à mostra. Quando vi a cara daquelas 30 pessoas (pai e mãe tinham entrado pelos fundos e também estavam lá), broxei fenomenalmente. Parei ao lado dela, em estado de choque, sem mexer um músculo. Não sabia o que fazer. Aliás, saber o que fazer nessas horas é algo que não passa pela cabeça de ninguém. Sua única vontade é sumir do mapa. Quando alguns começaram a rir (a mãe dela, por exemplo, chorou, RERERE) e fazer piadinhas, saí correndo pra sala. Ela também saiu correndo, mas subiu pro quarto. Peguei minhas coisas e desapareci daquela casa pra sempre.

Sei que ela se chamava Fernanda. Nunca mais tive notícias, nunca mais quis saber. Foi melhor assim. Festas supresas não são feitas para darem certo. 🙁

Como estragar a Páscoa e o Natal de uma criança

Apesar de estar em casa sem trabalhar, não tive tempo de postar sobre a Páscoa, essa época tão bonita em que todos se reúnem pelo o quê mesmo? Ah, deixa pra lá. Quem se importa com feriado de domingo? E quem aqui tem ovos até a Copa de 2014 pra comer? Ah!

Na minha Páscoa, fui para Bauru, a grande terra do misto quente com tomate. Eu não iria, mas de última hora resolvi pegar a estrada. Casa da mãe da minha namorada. Aquela mesma casa que vocês já conhecem de outros Carnavais. Família dela reunida. Felicidade, Sol, alegria, Sol, Sol… tudo bem legal até sábado à noite.

Sem fazer nada no sábado à noite e jogando um disputadíssimo torneio de Buraco, tivemos uma ideia coletiva. Quando digo “tivemos”, é porque fomos nós, adultos, que pensamos nisso. Rolou aquele flashback nostálgico por parte de um tio da minha namorada: “Gente, as crianças foram dormir. Por que não fazemos patinhas de coelho pra elas seguirem e acharem os ovos?”. Ovacionado com sons de “CLAAARO”, “BOA IDEIA” e “BATI” – esse último quando fiz uma canastra limpa de Ás a Ás -, abortamos o jogo e partimos pra cozinha.

“Mas com o que que a gente faz?”, perguntou a mãe dela. “Farinha”, respondeu a tia. “Mas a farinha acabou no almoço”, retrucou a mãe. Como eu que estava olhando a despensa, falei “Ah, tem açúcar aqui”. Ao som de “ÓTIMMMO”, passei o pote pra elas. Minha namorada, enquanto isso, foi buscar o algodão.

Como dito, os priminhos dela de 3, 4 e 5 anos já tinham ido dormir, começamos a fazer pegadas de açúcar pela casa inteira. Na janela, na porta, no chão, no tapete… em tudo quanto é canto. Mas muitas pegadas mesmo. Para dar mais realidade, abrimos os ovos e tiramos um pedaço, para que as crianças pensassem “olha, o coelhinho ainda comeu um pedaço do meu ovo, rere, sacana!”. Além disso, colocamos um coelhinho de pelúcia meio que escalando o muro do quintal para que elas pensassem “puxa, rere, o coelhinho tentou fugir, rere, mas não conseguiu e ficou pra mim”. Tentar imaginar o que uma criança pensa não é tarefa pra adultos, acredite nisso. Tudo pronto, vários ovos espalhados pela casa, coelhinho no muro… Ótimo, fomos dormir.

Como criança nessa idade costuma acordar cedo, ficamos de orelhas em pé pra caso elas acordassem. Não deu outra: 7 horas da manhã os 3 já estavam em pé. Como a porta que liga a sala/cozinha aos quartos estava encostada, fiquei de butuca pra ouvir a reação deles quando vissem as pegadas. Esperava uma sensação de espanto, mas não tanto quanto os berros que ouvi. Eram todos gritando “Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh” e isso acordou a casa inteira. Corremos pra sala pra ver a cara deles e os três estavam chorando muito. Olhamos ao redor e foi a visão do inferno. Só de lembrar já me dá coceira. Era formiga espalhada pela casa toda. Em cima da mesa, no sofá, nas frutas… assim, por baixo, deveria ter 1 milhão de formigas ali. Sério, era muita formiga, hahahaha. Tô rindo, mas na hora foi desesperador. O que fazer nessa hora? Ainda tentamos salvar os ovos, mas como a gente tinha deixado aberto, até o brinquedo do Kinder Ovo as formigas já tinha levado, hehehe. Agora, pense na cara de decepção dessas crianças. Elas não paravam de chorar. Cada ovo que a gente conseguia tirar (porque teve uns que era impossível de tanta formiga que tinha), elas falavam “Eu sabia que o coelhinho não gostava de mim”. Triste.

Pra completar, abrimos o quintal e o coelhinho de pelúcia não estava mais no muro. Estava no chão, estraçalhado, com a cabeça em um lugar, o rabo em outro e os olhos vermelhos na boca do cachorro. Quando elas viram aquilo, abriram um berreiro maior ainda. Acho que venci a barreira do som nesse momento. Elas tentaram matar o cachorro, porque acharam que foi ele que pegou o coelhinho da Páscoa e trouxe aquele monte de formigas pra dentro de casa, hehe. Coitadinhas. Coitadinhas uma ova. Com aqueles gritos, eu fiquei desesperado e gritei mais que elas “Chega! Coelhinho da Páscoa não existe. E o Papai Noel é o seu pai!”. Oba! Enfim, silêncio. Momentâneo, mas consegui, hehehe. Quando caiu a ficha delas, desisti de viver. Era choro, aquelas formigas subindo pelo meu corpo, os tios dela querendo me pegar pelo pescoço por eu ter contado esse segredo maldito… quase tive um piripaque.

Tivemos que ligar correndo para o detetizador vir em pleno domingo de Páscoa. Óbvio que não tinha condições de ficar ali na casa. Mais óbvio que o almoço de Páscoa de toda a família tinha ido por água abaixo. Tudo por culpa de… bem, na hora que eles tentavam achar um culpado pras pegadas de açúcar e aquela baderna toda, fui João-Sem-Braço mesmo: “Ah, achei que aquele era o pote de maisena, senão não teria feito, né, heheheheheheehehe”.

Escapei, mas a mãe dela deve estar comendo formiga no almoço e no jantar ainda. E as crianças voltaram falando no caminho que não querem ver Papai Noel e Coelhinho da Páscoa nunca mais. Ufa! Ideias bestas nunca mais.

Tive uma ideia

Esses dias acordei com uma ideia fixa na cabeça. Era algo simples.  Bastaria umas mexidas aqui e outras ali, que eu conseguiria executá-la facilmente. Porém, ela não foi tão tranquila assim.

A minha ideia seria uma odisseia pela Coreia do Norte. Um tanto quanto difícil, não? Pois é.

Em minha partida aqui da terra tupiniquim, já enfrentei vários problemas, que eu pretendo relatar nas próximas linhas. Logo que saí de casa, fui parado dois quarteirões à frente pela polícia. Resultado? Fui multado por estar com a carteira de motorista vencida, pois minha autoescola não havia liberado minha renovação. Ó, vida cruel. Quisera eu que apenas esse tivesse sido o problema. Isso era só o começo.

Chegando ao aeroporto, vi uma mulher de encher os olhos. Ela estava com uma minissaia tão curta, mas tão curta, que era impossível não reparar. Assobiei. Me ferrei. Vejam vocês que superinteressante: o marido dela estava tomando café ao meu lado e nem titubeou em dar um belo soco no meu olho. Nem me dei ao luxo de contra-atacar, pois o cara era um armário de 2 metros de altura por 5 de largura.

Legal. Olho roxo, multa… o que mais me faltava acontecer? Ah, sim, muita coisa. Enquanto via estrelas em razão do soco no olho, ouvi, ao longe, a mulher do aeroporto chamar pelo meu voo. Que joia, hein? Peguei minhas coisas e saí correndo. O tempo foi meu inimigo. Adiantou para alguma coisa? Não! Cheguei ao guichê e a atendente totalmente antissocial dizia freneticamente: “Seu voo já partiu, seu voo já partiu, seu voo já partiu”. Eu, ali parado, via à distância o meu avião estagnado na pista de decolagem, mas nem quis discutir, pois a feiura daquela mulher era espantadora. Parecia com aquelas mulheres que vivem em condições subumanas, embaixo de pontes. Ela pegava os papeis com suas mãos gordurosas e deixava todas as suas digitais neles. Totalmente anti-higiênica. Dava enjoo olhar para ela.

Desisti da viagem. Peguei meu carro no estacionamento, paguei e fui embora. Faltando dois quarteirões para chegar em casa, adivinhem o que aconteceu. Meu carro, que até então era ultrarresistente, superaqueceu e eu tive de parar em local proibido. Aqueles policias truculentos do começo da história me multaram novamente.  Ok, meu dia já estava uma grande merda. Uma coisa ruim a mais ou uma coisa ruim a menos não faria diferença.

Finalmente cheguei em casa. Nada de alívio. Abri meu e-mail e o editor do blog havia mandado uma pauta para eu escrever com urgência: as novas regras da ortografia brasileira. Pois é. Cá estou eu, um semianalfabeto, com primário incompleto, parcialmente adaptado às regrinhas, escrevendo um texto para mais um monte de novos semianalfabetos.  Você que chamava seu pai de velho por escrever pharmacia com PH, agora terá que aguentar seus sobrinhos de 5 anos te humilhando por você ainda escrever “idéia”, “herói”, “Coréia”, etc.

É, amigos. O mundo é uma constante adaptação. Não adianta fingir que não é com você. As regras estão aí. Procurar conhecer sua própria língua não é pedir demais. Ou você pode continuar vivendo arcaicamente, esperando por uma nova atualização do Word que corrigirá os erros automaticamente para você. A opção é sua.

O empata-foda

Definição:

EMPATA-FODA v.t e adj. 1. Quem ou aquele que chega na hora que você está fazendo sexo. 2. Aquele que atrapalha, ferra os planos, faz você correr pra vestir sua roupa. 3. Pessoa que não se toca e acha que não está atrapalhando um casal, em qualquer lugar que seja.

Pois é, minha gente, o empata-foda de hoje fui eu. E não foi das experiências mais legais que eu tive.

Estava eu aqui em casa quando, urgentemente, precisava enviar um negócio. Meu computador começou a dar erro, erro, erro e eu tive que apelar para o computador da minha vizinha. Pulei o muro e gritei o nome dela da garagem. Como sou vizinho dela desde que nasci, já vou abrindo a porta da sala e tudo mais. Porém, quando eu gritei, ela respondeu “OIIIIIIIIIIII”. Aí eu: “Rê (nome fictício), você tá aí é?”. Aí ela “Peraí, Robson (nome fictício pra mim, rs), já vou descer”.

Como sou de casa, abri a porta da sala e fiquei sentado lá no sofá. Ela desceu depois de uns 2 minutos me perguntando o que eu queria.

Rê: Oi, Rob (apelido pro meu nome fictício), que que você quer?

Eu: Rê, posso usar seu computador?

Rê: Hmmmm… errr… nmmmm… pode.

Eu: Tá! – e levantei para subir as escadas.

Rê: Espera só um pouquinho que tem umas roupas jogadas lá na cama…

Eu: Tá, vou ficar sentado lá em cima na escada.

Ela arrumou as coisas, passou por mim, foi ao banheiro e disse:

Rê: Pode ir lá agora.

Levantei da escada e entrei no quarto. Quando olho pra cama, estava o namorado dela. GEEEEEEEENTE, que constrangimento. Fiquei roxo azul vermelho pimentão de vergonha. Fiquei com uma vontade imensa de enfiar a cabeça dentro de uma gaveta de armário para me esconder.

Ai, gente, brinks, né. Nem quis enfiar a cabeça dentro da gaveta do armário… mas essa foi a primeira foto que apareceu quando eu digitei VERGONHA no Google, rs.

Então… voltando à história. Olhei para ele e ele olhou para mim com aquele olhar mortal de ‘VOCÊ FODEU COM A MINHA FODA SEU FODIDO’. Eu quase falei CARA, ME MATA, mas guardei para mim. Dei a mão pra ele e sentei no computador. A Rê voltou do banheiro e eu ficava olhando para ela e fazendo umas caretas de DESCULPA, tipo o Gato de Botas do Shrek. Ela dava umas risadas, mas deve ter ficado putz da vida.

Fiz o que eu tinha que fazer em 30 segundos e saí, tamanho era meu constragimento. Nem mandei o que eu tinha que mandar, hahahaha. Entrei só no bate papo UOL e disse que era pra ver se tinha um amigo online, rs. Pedi mais umas 500 desculpas com caretas e fui embora.

/

Ai, por que essas coisas só acontecem comigo? Pelo menos tirei uma foto aí pra rapaziada AEEEEE, rsrsrs.

Tatuagem de henna

Oi, gente. Como vocês? Tão.

Bom, estamos no verão e por isso eu não tenho postado tanto. Tenho ocupado meu tempo com praias, Sol, Sol (cerveja), Sol (Débora Secco em América), peladas, peladas (mulheres) e ETC. Uma verdadeira correria no meu dia-a-dia.

Certo dia, em meus momentos de ocupação, vi um cara passando na praia vendendo tatuagens. Falei: “Ê, cara, chega aí. Quanto custa pra fazer uma tatuagem de henna?”. Aí o cara me respondeu todo enrolado “É 30 reais, patrão”. Putz… 30 reais pra fazer uma mísera tatuagem de henna? Fiquei puto, mas como estamos no verão e todo mundo vai à praia, achei que o cara tivesse aumentado em uns 500% o preço por conta disso.

Ok, decidi fazer. Pra fazer um agrado pra minha namorada – e também lhe dar um susto -, resolvi tatuar o nome dela e fazer uma brincadeirinha em tiopês, hahaha. Pensei comigo mesmo: nossa, vou falar que é tatuagem definitiva e ela vai ficar com uma cara de espantada com tamanha atitude impensada minha, hahahaha. Eu tava me corroendo de dar risada pra ver a cara dela quando ela visse aquilo. Sério. Pensei em filmar a reação e por no Youtube, mas nãããão, hahaha. Seria mancada.

Falei pro amigão tatuador: “Cara, faz uma tatuagem de henna nas minhas costas inteira e escreve “Luna S2 4 ever”. Existe algo mais gay que S2? Mais gay que 4ever? hahaha. Enfim, seria algo bem nesse naipe só para assustá-la. Por ser uma tatuagem de henna, em 15 dias ela sumiria e todos ficaríamos felizes.

Como aquele cara tinha cara de analfabeto, escrevi num papelzinho o “Luna S2 4 ever”. Malandro que sou, sabia que seria muito mais seguro ele só copiar o que eu tinha escrito do que escrever da cabeça dele. Vai que ele erra, né. Não quis arriscar.

O cabra começou a me tatuar. Eu lá, debaixo daquele Solzão, fazendo minha tatuagem de henna. Puta saco. Mas valeria a pena pela brincadeira. Como era minha primeira tatuagem de henna na vida, não sabia quanto tempo levava e nem que doía tanto. Deixei o cara fazendo. 5 horas depois, TCHARÃÃÃÃÃ. A tatuagem tinha ficado pronta.

O tiozão da tatuagem nem tinha espelhinho pra mostrar como tinha ficado e eu também não tava ligando muito pra isso. Fui correndo pra casa. Cheguei lá e falei:

Eu: Amor, tenho uma surpresa pra você

Ela: É? Conta, conta.

Tirei a camisa. Ela olhou com uma cara de “hmmmm”, mas eu falei:

Eu: Não, não é isso, hehe.

Virei de costas e tchãrããããã. Fiquei olhando pra cara dela e ela fazia uma cara de espanto muito maior do que eu imaginava, hahahaha. Comecei a rachar o bico. Eu não conseguia parar de rir. Como me arrependi de não ter levado algo pra filmar.

Eu: E aí, gostou?

Ela: MEU! Por que você fez uma tatuagem de rena???????

Eu pensei comigo mesmo: caramba, aquele tiozinho filhodaputa não deveria saber tatuar mesmo. Se logo de cara ela percebeu, deveria ter ficado uma bosta.

Eu: COMO VOCÊ DESCOBRIU? Ah… :/

Ela: Porque tem uma RENA tatuada nas suas costas?

Eu, puto da vida: QUÊ?????????

Nesse momento, corri pra pegar um espelho e realmente tinha uma rena enorme tatuada nas minhas costas. Não sei se o filhodaputa achou que era por estarmos perto do NATAL que eu tinha pedido a tatuagem, mas ele desenhou uma REEEEEEEEEEEENAAAAAAAAAAAAA. Uma rena é quase um alce. É quase um bambi. É quase um veado! Puta merda, eu seria zoado até minha morte por quem visse aquilo. Juro, se eu tivesse uma faquinha de rocambole, com certeza teria ido matar o cara. Pelo menos os dizeres ele acertou, hehehe. Vê a foto que tirei.

Mas aí vocês pensam: ah, pelo menos é henna, em 15 dias ela sai… Pois é, pensei a mesma coisa. Poréééém, já faz 1 mês que fiz essa tatuagem e ela continua intacta. Perguntei pra alguns amigos que já fizeram tatuagem e eles disseram que não poderia ser henna, porque eu disse que tinha doído bastante pra fazer. É uma tatuagem definitiva isso. SÉÉÉÉRIO! TÔ DESESPERADO. QUE QUE EU FAÇO, GENTE? ME AJUDEM. Tô pensando em fazer um porco (sou palmeirense) comendo a rena (são paulino, bambi, zoação), sei lá… e escrever: todo são paulino é viado. Algo assim… ah, e acho que dá pra arrumar os dizeres também. Como o “2” tá parecendo um “O”, acho que dá pra por um “no” ali no meio e ficar “Luna Só no 4evis”, hahaha.. ia ficar engraçado, mas ela me mataria. Ai, espero que ela não leia isso, hehehe. Desculpa, Lu? Nossa, não sei o que fazer da vida. Tô com uma tatuagem de cadeieiro (toda verde) e tô parecendo um camarão (tô todo vermelho do Sol, rs… sou bonito de rosto, ok? rs). Me ajudem com alguma coisa. Tô até pensando em ir almoçar agora. ME AJUDEEEEEEEM! POR FAVORRRRRRRRRRRRRRR!